Polícia investiga se suspeito por estupro em hospital fez mais vítimas
Na segunda-feira, uma idosa de 66 anos alegou que também abusada pelo técnico em enfermagem
Rio de Janeiro|Bruno Rousso, do R7
O delegado Maurício Luciano de Almeida, titular da Delegacia de São Cristóvão (17ª DP), investiga quantas vítimas o técnico em enfermagem Brivaldo Xavier, suspeito de estuprar uma paciente no Hospital Quinta D’or, na zona norte do Rio, teria feito no local. Na tarde de segunda-feira, uma outra paciente, de 66 anos, prestou queixa dizendo que havia sido abusada duas vezes pelo homem na mesma unidade.
A polícia vai analisar imagens gravadas por câmeras de segurança que mostrem o funcionário em atividade durante os plantões.
Foi a partir de gravações deste tipo que o investigador encontrou fortes indícios do estupro a uma mulher de 36 anos, que estava internada no Centro de Tratamento Intensivo da unidade após operar o fígado. Após receber alta, a vítima procurou a polícia para denunciar que havia sido abusada sexualmente.
O suspeito foi flagrado pelas câmeras entrando ao menos 20 vezes no leito da paciente, sempre com a cortina fechada e a luz apagada. O delegado Almeida considera que o técnico teve um comportamento anormal e acredita que ele possa ter um histórico de atitudes deste tipo.
— Imaginamos que não foi a primeira vez. Alguém que faz como ele fez, com cuidado, com conhecimento de causa, é porque já tem pratica nisso.
Na segunda-feira (3), o delegado decidiu voltar a solicitar à Justiça a prisão preventiva do homem. Da primeira vez, o Ministério Público não aceitou o pedido por falta de provas. Maurício Almeida contesta o argumento do MP.
— Em alguns casos, desde que o depoimento da vítima seja harmônico, coerente e seguro, pode ser a única prova. E foi o que aconteceu.
Suspeito teria aproveitado efeito de remédio na paciente
A vítima contou à polícia que os abusos começaram no dia seguinte à operação. Mesmo sob efeito de remédios, ela teria conseguido perceber as intenções do funcionário. O que mais chamou a atenção dos investigadores foi fato de que a vítima não estava sob os cuidados do suspeito. Mesmo assim, o homem foi visto por diversas vezes rondando o leito da vítima.
Em uma ocasião, o técnico ajudou a dar banho na mulher e, quebrando o protocolo do hospital, induziu a parceira que o ajudava no procedimento a deixar o local. Sozinho, ele teria acariciado a paciente por diversas vezes.
A vítima, o suspeito e funcionários do unidade foram ouvidos na Delegacia de São Cristóvão. O homem negou as acusações e justificou as repetidas visitas ao leito alegando que o monitor do local apresentava "sucessivos problemas", o que não foi relatado no prontuário ou comunicado à enfermeira que chefiava o plantão.
A direção do Quinta D’or abriu sindicância para apurar o caso. O técnico foi demitido porque, segundo a unidade, quebrou protocolos. Ele deveria estar acompanhado por outro funcionário na hora do banho na paciente. O hospital confirmou que a mulher registrou denúncia formal à direção, afirmando que “foi tocada de maneira indevida”.