A grave crise financeira que assola o Estado do Rio de Janeiro pode ser apontada como um dos principais fatores para o aumento da criminalidade. O ISP (Instituto de Segurança Pública) divulgou nesta quarta-feira (30) o índice de criminalidade do Estado do Rio referente a outubro deste ano. Segundo dados do instituto ligado à Secretaria de Estado de Segurança Pública, a cada três minutos e meio uma pessoa foi roubada no Estado do Rio.
A polícia registrou 12.476 casos de roubo de rua — o índice inclui furtos de aparelhos celulares, roubos a pedestres e em coletivos. O aumento foi de 81,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
O número de roubos em coletivos mais que dobrou: foram 1.544 casos contra 719 em outubro de 2015. No índice de roubos de rua, o maior número de ocorrências foi referente a subtração a transeuntes, com 8.980 casos.
De acordo com o levantamento, também foram registrados 585 casos de letalidade violenta, uma crescimento de 31%. Desse total, o maior número de ocorrências foi de homicídios dolosos, quando há intenção de matar, com 462 registros. O índice também compreende os casos de latrocínio (roubo seguido de morte), auto de resistência e lesão corporal seguida de morte.
A crise do governo estadual tem afetado diretamente as delegacias e batalhões da polícia. Preocupados com a situação das unidades de polícia, moradores do Leblon, na zona sul do Rio, fizeram um mutirão para arrecadar doações. Materiais básicos para o funcionamento das unidades estão em falta.
Em uma publicação em uma rede social, internautas pedem material de limpeza e de escritório para delegacias e batalhões do Leblon, na zona sul do Rio. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis, 20 unidades estão recebendo donativos.
Servidores da área de Segurança também têm sofrido com o atraso no pagamento de salários. Em outubro, eles tiveram o pagamento parcelado em duas vezes. No início de novembro, servidores invadiram a Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) durante manifestação contra o pacote de ajuste fiscal enviado pelo governo estadual à Casa Legislativa. Os manifestantes também quebraram a sala da vice-presidência da Alerj.