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Superbactéria resistente a antibióticos é achada em rio que deságua na praia do Flamengo

Segundo a Fiocruz, bactérias foram identificadas em três pontos na zona sul do Rio

Rio de Janeiro|Do R7

Superbactérias foram achadas em rio que deságua no Flamengo
Superbactérias foram achadas em rio que deságua no Flamengo

Cientistas do (IOC/Fiocruz) Instituto Oswaldo Cruz informaram ter encontrado bactérias resistentes a antibióticos nas águas do rio Carioca, que atravessa bairros da cidade do Rio de Janeiro. Detectadas em ambientes hospitalares, as chamadas superbactérias foram identificadas em amostras de água coletadas em três pontos na zona sul da cidade: no largo do Boticário, no Cosme Velho; no aterro do Flamengo, antes da estação de tratamento do rio; e na foz do rio Carioca, no ponto onde ele deságua na praia do Flamengo.

Segundo a pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do IOC, Ana Paula D'Alincourt Carvalho Assef, coordenadora do trabalho, até o momento, não houve registro de contaminação entre frequentadores dos ambientes estudados.

— Os resultados da pesquisa foram enviados para as autoridades competentes, que podem avaliar as medidas a serem adotadas.

A microbiologista lembra que a praia do Flamengo fica perto da Marina da Glória, que será palco de competições de vela nas Olimpíadas de 2016.


As bactérias encontradas produzem uma enzima chamada KPC, o que as torna resistentes aos principais antibióticos utilizados no combate a essas infecções. De acordo com Ana Paula, as doenças causadas por estes micro-organismos são iguais àquelas provocadas por bactérias comuns, mas os tratamentos exigem antibióticos mais potentes. 

Uma vez que as superbactérias são resistentes aos medicamentos mais modernos, os médicos precisam recorrer a drogas que estavam em desuso por serem tóxicas para o organismo, como a polimixina. 


— Mergulhar num rio onde há bactérias produtoras de KPC é como mergulhar em qualquer rio poluído. Existe o risco de contrair doenças, que não são mais graves do que as causadas por outros micro-organismos. O problema é que, no caso de uma eventual infecção, é possível que o tratamento exija uma abordagem de internação hospitalar.

Os cientistas ainda consideram que a principal ameaça é a disseminação da resistência, que ocorre na medida em que as bactérias são capazes de transmitir genes umas para as outras.

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