Suspeita de integrar quadrilha de abortos em Niterói se entrega à polícia
Bando é apontado por envolvimento na morte de Elizângela Barbosa, de 32 anos
Rio de Janeiro|Do R7
Uma suspeita de participação no aborto que resultou na morte de Elizângela Barbosa, 32 anos, se entregou à polícia, na noite de terça-feira (30), conforme divulgou a DHNSGI (Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí), na manhã desta quarta-feira (1º).
Segundo a Polícia Civil, a prisão de Sheila Cristina Silva Teixeira, 37 anos, foi em cumprimento a mandado de prisão temporária de 30 dias, expedido pela Justiça, pelos crimes de homicídio doloso e formação de quadrilha.
Sheila é filha de Lígia Maria Silva, presa na segunda-feira (29) por suspeita de comandar um esquema de abortos clandestinos em Niterói. Além de Lígia Maria, também foi preso o técnico de enfermagem Rildo José Medeiros dos Anjos. Ele teria levado Elizângela até a clínica. Lígia Maria Silva teria participado do aborto.
Segundo a polícia, foram cumpridos dois mandados de prisão temporária de 30 dias contra eles, pelo crime de homicídio.
A Polícia Civil identificou, por meio do depoimento de uma faxineira que trabalhava em uma casa onde podia funcionar clínica de aborto clandestina, duas mulheres suspeitas de integrar quadrilha que pratica abortos em Niterói. A partir de denúncia, agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo chegaram a uma casa na rua Silvino Pinto, no bairro Sapê, para onde Elizângela Barbosa, de 32 anos, que morreu após um aborto, foi levada, segundo o titular Wellington Vieira.
— Possivelmente é o local do crime [aborto]. Exames periciais complementares vão detectar se o aborto foi feito no interior dela.
A polícia apreendeu no local medicamentos, inclusive de uso veterinário, e um computador. As apreensões foram submetidas à perícia para verificar se têm relação com aborto. A polícia não confirma, contudo, se Elizângela foi submetida a aborto na casa em questão.
A faxineira que estava no imóvel deve ser novamente interrogada pela DH.
O delegado Adilson Palácio afirmou que não era a primeira vez que Elizângela tentava interromper a gravidez de quatro meses. De acordo com o delegado, a mulher procurou a clínica depois de complicações em uma tentativa de aborto com medicamentos.
— Ela já tinha tentado um aborto há alguns meses através de medicamentos adquiridos ilegalmente, que não foram eficazes. Isso a fez procurar a clínica clandestina para garantir a interrupção da gravidez.
Elizângela Barbosa saiu de casa com o marido e os três filhos, no último sábado (20), para ir até o ponto de encontro com o homem que ficaria encarregado de levá-la até a clínica de aborto. Segundo a polícia, após complicações, ela foi abandonada no acesso de uma comunidade na região. Os traficantes teriam obrigado um morador a levar a jovem até o Hospital Estadual Azevedo Lima, onde ela morreu.
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