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UPP identifica PM que fez disparos para o alto em Manguinhos; um idoso morreu

Durante confusão que envolveu policiais e moradores, ele morreu com um tiro na cabeça

Rio de Janeiro|Do R7

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Policiais entraram em confronto com moradores de Manguinhos
Policiais entraram em confronto com moradores de Manguinhos

O comando da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Arará/Mandela, em Manguinhos, zona norte do Rio, identificou o policial que fez disparos para o alto durante confusão que envolveu PMs e moradores da favela na madrugada desta quinta-feira (19). O capitão Paulo Ramos, comandante da unidade, disponibilizou a arma do PM para que uma perícia possa identificar se foi dela que partiu o disparo que matou José Joaquim Santana, de 81 anos.

Segundo moradores, o tumulto teve início após policiais da UPP tentarem apreender um menor de idade na entrada da favela. Os moradores teriam pedido que os agentes esperassem a mãe do adolescente chegar antes de ele ser encaminhado para a delegacia.


De acordo com os moradores, houve confusão e os policiais atiraram para o alto para dispersar o grupo. Um dos disparos teria atingido o idoso. O corpo de José Santana foi levado para o IML (Instituto Médico Legal) por volta das 2h.

Já a PM diz que a ação começou quando os agentes abordaram três suspeitos em uma região conhecida como Predinhos. Após revista, policiais encontraram uma quantidade não contabilizada de maconha com um dos suspeitos. Enquanto o homem era encaminhado para a viatura, moradores teriam jogado pedras contra os policiais da UPP para impedir a ação.


A corporação informou que, durante a confusão, os agentes utilizaram gás de pimenta para conter a ação dos moradores que continuavam atirando pedras e caminhando na direção da avenida Leopoldo Bulhões. Os policiais ouviram tiros e, em seguida, encontraram o idoso com um tiro na cabeça.

De acordo com a polícia, um procedimento foi aberto pelo comando da UPP Arará/Mandela para investigar a origem dos disparos. Durante o confronto, quatro policiais tiveram ferimentos leves, foram socorridos e passam bem.


Após a morte, moradores fizeram um protesto na avenida Leopoldo Bulhões. O policiamento foi reforçado na comunidade com efetivo de diversas UPPs da região. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios (DH). Testemunhas e e PMs foram ouvidos.

Cinco anos de UPP


Fincado na promessa de segurança, cidadania e inclusão social, o projeto das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) completa cinco anos nesta quinta-feira (19). Segundo o governo do Rio de Janeiro, são 252 territórios tomados das mãos do tráfico de drogas, 1,5 milhão de pessoas beneficiadas — em uma área de quase 9.500.000 m² — e mais de 9.000 policiais militares escalados para manter a paz onde o crime ditou regras por décadas. O número de homicídios, de acordo com o ISP (Instituto de Segurança Pública), caiu 30% na capital e 65% nas regiões pacificadas. As 36 unidades já instaladas, porém, não se alimentam só de boas notícias. Na contramão das promessas de paz, episódios mancharam a era das UPPs.

Para marcar os cinco anos da política de pacificação, o R7 levantou cinco questões-chave para serem discutidas por especialistas em segurança pública e pelo secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame.

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