Vítimas falam em 2ª batida em trens acidentados; SuperVia nega
Primeiro vagão de trem sentido Central teria colidido com composições acidentadas
Rio de Janeiro|Rodrigo Teixeira, do R7
O pintor automotivo José Francisco da Silva, que estava no trem sentido Japeri que colidiu com composição parada na estação Presidente Juscelino na segunda-feira (6), contou ao R7 que houve uma segunda batida na estação. Outras vítimas relataram a mesma versão.
Segundo o pintor, depois da batida, uma composição passou no sentido Japeri e uma outra no sentido Central, quando foi ouvido um estrondo. Essa última, segundo ele, teria batido na lateria dos trens acidentados e seguido viagem.
— O primeiro vagão colidiu com o acidente. Esse trem ficou parado por alguns minutos e, mesmo estando amassado, seguiu viagem.
O pintor automotivo contou que não viu pessoas feridas na segunda batida. Ele relembrou o momento da colisão entre os trens.
— Foi um momento de terror. Na hora, a luz do trem piscou e voltou a acender. Fomos jogados para frente e caímos em efeito dominó.
José conta que, na hora que os passageiros viram faíscas no trem, confundiram com fogo e começaram a gritar: "Fogo! Fogo!"
— Não sei como consegui passar pela janela. Dei um pulo e caí próximo à estação.
Segundo a vítima, o socorro demorou a chegar — a espera foi de quase meia hora. O pintor foi levado ao hospital, passa bem e critica a SuperVia.
— A passagem subiu e a qualidade da SuperVia nada. A gente só anda em trem velho.
Além dos transtornos causados na batida, José Francisco conta que, em um determinado momento, não sentiu o celular no bolso. Ele não sabe dizer se perdeu ou se foi furtado.
— Em meio àquela tragédia toda, gente sangrando, choro e sofrimento, tinha gente querendo levar vantagem e se aproveitar. Uma vergonha.
No acidente, 229 pessoas ficaram feridas. 158 foram levadas para o Hospital da Posse, onde sete seguem internadas, 30 para outras três unidades hospitalares e 41 para duas UPAS (Unidade de Pronto Atendimento). O caso foi registrado na Delegacia de Mesquita (53ª DP), e um inquérito foi instaurado para apurar crime de lesão corporal. Dois maquinistas dos trens que se envolveram na colisão devem ser ouvidos na unidade.
O R7 entrou em contato com a SuperVia que negou uma segunda batida na estação Presidente Juscelino.