Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Acidente no Itaquerão: em depoimento, funcionários da obra dizem que terreno não tinha problema

Polícia ouviu nesta terça-feira um engenheiro e um encarregado de montagem

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Peça içada pelo guindaste tinha cerca de 420 toneladas
Peça içada pelo guindaste tinha cerca de 420 toneladas Peça içada pelo guindaste tinha cerca de 420 toneladas

Dois funcionários da Odebrecht — empreiteira responsável pela construção da Arena Corinthians — prestaram depoimento à Polícia Civil nesta terça-feira (3). Segundo o delegado Luiz Antônio da Cruz, eles negaram que houvesse problemas no solo onde operava o guindaste que causou o acidente que matou dois operários.

O engenheiro civil Ricardo Corregio, gerente administrativo e comercial do projeto do estádio e presidente da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) garantiu ao delegado que todos os procedimentos de segurança foram feitos.

— Ele explicou que antes desse içamento é feito um plano de rigging [de movimentação de carga com guindaste móvel]. Esse plano detalha todos os procedimentos da operação de içamento, como isolar a área, ver se está chovendo, se está ventando, se o solo está bom... Isso é feito pela Odebrecht. Só que a Locar [locadora do guindaste] valida ou não isso. Ela tem o poder de dizer sim ou não, para ela poder levantar a peça através do guindaste.

Leia mais notícias de São Paulo

Publicidade

Corregio também afirmou, em depoimento, que as 37 operações do mesmo tipo feitas antes — o acidente aconteceu na colocação última peça — foram feitas sem qualquer tipo de incidente.

O outro funcionário ouvido foi um encarregado de montagem, envolvido no plano de rigging também. Valter Luís Pedroso trabalhou em içamento junto com o funcionário que operava o guindaste no dia do acidente, José Walter Joaquim.

Publicidade

— Ele [Pedroso] esteve envolvido nessa parte de atividade de içamento da Odebrecht em quase 60% delas. Ele esteve presente com a parte de montagem das peças e acompanhou, inclusive, o trabalho do José Walter e nunca viu nenhum problema no que diz respeito ao José Walter.

Um dos depoimentos que podem ser mais esclarecedores para a polícia é do operador José Walter Joaquim. Segundo Cruz, a polícia já marcou a data em que ele deverá comparecer à delegacia, mas ela não será divulgada. O funcionário já foi intimado.

Publicidade

Os peritos analisam o data logger — um disco rígido que armazena as informações sobre as operações do guindaste. O aparelho, que funciona como uma espécie de caixa-preta, foi retirado por funcionários da fabricante, a alemã Liebherr, e de peritos do Instituto de Criminalística. Segundo o delegado, o guindaste será levado para o pátio da empresa, em Guaratinguetá, no interior do Estado. 

Sindicato revela que técnico de segurança alertou sobre risco de manobra fatal no Itaquerão 

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.