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Alckmin anuncia suspensão de reajuste de pedágio nas estradas

Medida é adotada uma semana após acirramento dos protestos pelo País

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7

Reajuste entraria em vigor a partir do dia 1º de julho
Reajuste entraria em vigor a partir do dia 1º de julho

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou nesta segunda-feira (24) a suspensão do reajuste das tarifas de pedágio nas rodovias do Estado, que entraria em vigor a partir do dia 1º de julho. A medida se alinha às respostas buscadas pelos governantes aos protestos que tomaram as ruas do País na última semana.

De acordo com o governador, uma série de iniciativas foi adotada para que o valor não sofresse alteração: a redução do repasse à Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), que teve o custo cortado pela metade; o uso de parte dos recursos advindos das multas às concessionárias; a utilização, caso necessária, do ônus fixo (recurso proveniente das concessões) repassado pelas empresas ao governo e a cobrança do eixo suspenso dos caminhões, aplicando o mesmo modelo já adotado nas rodovias federais. Alckmin negou, no entanto, que a decisão de não reajustar o pedágio seja populista.

— Não é nenhuma medida populista. Estamos fazendo um trabalho há dois anos e meio no sentido de buscar uma melhor equação para contratos que são de longo prazo, são de 20 anos. Então, já estamos desde o início. Implantamos o Ponto a Ponto; quebramos o monopólio do Sem Parar, na questão da cobrança eletrônica; estamos rediscutindo todos os equilíbrios dos contratos de concessão; a Artesp está se ajustando. Algumas das concessões mais antigas têm menos obras.

As tarifas de pedágio são corrigidas anualmente. Se fosse aplicado o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o reajuste seria de 6,5%. Mas como o governo tem adotado a menor taxa, o aumento, caso fosse acontecer, seria com base no IGP-M (índice Geral de Preços-Mercado), portanto, de 6,2%.


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Ainda no anúncio, Alckmin negou que vá cortar investimentos, ao contrário do que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, havia dito na semana passada, ao falar sobre a revogação do aumento das tarifas de tranporte público. O governador afirmou ainda que vai aumentar o aporte de recursos no setor.

— Quero deixar claro que nós não vamos cortar nenhum investimento. Estamos estudando um conjunto de medidas na área do custeio, da eficiência, para poder chegar a esses valores. Não queremos suprimir nenhum investimento. Pelo contrário. Vamos aumentar os investimentos na área de mobilidade urbana. Vou conversar com o ministro [da Fazenda] Guido Mantega. Temos três financiamentos na Secretaria do Tesouro Nacional e temos pressa. Se nós aprovarmos isso agora, dá tempo de passar pelo Senado ainda no mês de junho.


Na mesma linha do discurso do chefe do executivo estadual, o secretário de Transportes, Saulo de Castro, explicou que o não aumento no pedágio foi proporcionado por uma "economia de eficiência".

—Tivemos que fazer uma série de ajustes. A primeira foi economizar dentro da própria agência [Artesp]. Ela pagava aluguel. Compramos prédio. Depois, informatizamos todo o sistema de controle. A fiscalização das estradas hoje é feita por meio eletrônico. Com isso, você gerou uma economia de eficiência e está repassando para o usuário essa eficiência.

Manifestações

O governador Geraldo Alckmin disse também que considera as manifestações de rua importantes e confirmou que participará da renião da presidente Dilma Rousseff com prefeitos e governadores, na tarde desta segunda-feira (24), em Brasília.

— Quero aqui destacar a importância das manifestações. Acho que não há nada mais importante do que a sociedade civil se manifestar. Hoje, temos um encontro com a presidenta Dilma [Rousseff], em Brasília. Estamos abertos ao diálogo, ao entendimento. Buscar novas parcerias em benefício dos serviços públicos.

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O governador enfatizou que o País necessita "fazer um pacto pela reforma política".

— Vivemos uma falência, um esgotamento do modelo politico brasileiro. Politica convertida em balcão de negócios.

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