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Antes de morrer, MC Daleste pediu pra tirar foto e publicar no Instagram, diz irmão

Baleado em show, funkeiro chegou a comentar que "daria risada" quando se recuperasse

São Paulo|Do R7, com Domingo Espetacular

MC é o sexto funkeiro morto no Estado de São Paulo nos últimos três anos
MC é o sexto funkeiro morto no Estado de São Paulo nos últimos três anos

Ao ser baleado no palco durante um show em Campinas, no interior de São Paulo, no último dia 6, o funkeiro Daniel Pellegrine, o MC Daleste, não imaginava a gravidade do ferimento que carregava no corpo. Atingido no abdômen, ele foi levado consciente para o hospital e, durante o trajeto, tentava acalmar as pessoas que o socorriam. Já na porta da unidade de saúde, chegou a pedir que fosse tirada uma foto dele na maca. De acordo com Rodrigo Pellegrine, o irmão da vítima, Daniel queria que a imagem fosse postada em uma rede social.

— Quando a gente chegou na porta do hospital, que ele viu que chegou a salvação dele, que ele falou: "Pô..." Eu falei: "Mano, você já está no hospital, você está a salvo". Aí, ele falou assim: "Tira uma foto pra postar no Instagram, aí. Que isso aqui a gente vai dar risada quando eu me recuperar e ficar bem".

Só que Daleste não resistiu e morreu duas horas e quinze minutos depois de ser baleado. O artista foi ferido menos de dez minutos após o começo do show que fazia em uma quermesse dentro de um conjunto habitacional na periferia de Campinas. Antes do tiro fatal, Daleste chegou a ser baleado de raspão na axila direita. Ao reparar que algo havia o atingido no braço, o funkeiro reclamou com a plateia. Mas, na hora,não desconfiou que fosse um tiro.

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Segundo o delegado de Homicídios de Campinas, Rui Pegolo, a primeira bala só deixou um arranhão. Por isso, o MC não entendeu o que estava acontecendo.


— Acreditamos que ele imaginou que fosse uma pedra, já que ele se reporta ao público reclamando daquilo, pois se imaginasse que fosse um tiro, acreditamos que teria parado o show naquele momento.

Depoimentos


Mais de uma semana após a morte de Daleste, o crime ainda é um mistério. Até agora, 15 pessoas foram ouvidas, entre elas, amigos e parentes da vítima. A polícia analisa fotos e vídeos feitos pelo público para tentar encontrar pistas do atirador. Por ora, a certeza é de que a morte do funkeiro foi premeditada e que a pessoa responsável entendia bem de disparo de arma de fogo.

Conforme peritos de Campinas, o criminoso estaria em um local elevado, à esquerda do palco, a uma distância entre 20 e 30 metros. Dificilmente seria alguém da plateia.

A polícia ainda não sabe qual arma foi usada. As cápsulas deflagradas não foram encontradas no local. A bala que atingiu o abdômen do funkeiro atravessou o corpo e saiu pelas costas. Somente um pequeno fragmento dela foi recuperado.

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A hipótese mais recente trabalhada durante a investigação do caso é de que a arma usada no assassinato seja de “calibre mais avantajado”.

Linhas de investigação

A polícia trabalha com, pelo menos, três linhas de investigação para tentar chegar ao assassino. Uma delas seria a de crime passional.Testemunhas disseram aos investigadores que o funkeiro teria se envolvido em uma briga em Campinas, um mês antes, por causa de uma moça. A hipótese é negada pela família da vítima. Daleste vivia há quatro anos com Érica Teixeira e, segundo ela, eram felizes e não havia motivos para traição.

Outra hipótese investigada seria uma briga com os organizadores da quermesse em Campinas, o que também é negado pela família do MC.

A terceira dá conta de que o assassino seria um policial. A possibilidade surgiu a partir da acusação de um amigo do cantor. MC Daleste estaria sendo extorquido por policiais militares, mas os parentes do cantor também rebatem a afirmação.

Para Roland Pellegrine, pai do funkeiro, o filho foi executado por alguém que não suportava vê-lo vencer na vida. O jovem fazia uma média de 40 shows por mês e faturava cerca de R$ 200 mil.

Daleste é o sexto funkeiro morto no Estado de São Paulo nos últimos três anos. Até hoje, nenhum caso foi esclarecido.

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