Apesar do anúncio do fim da greve, ônibus estão parados na capital e região metropolitana
Além de uma garagem em SP, o 3º dia de paralisações afeta Osasco, Itapecerica e Diadema
São Paulo|Do R7, com Agência Record e Agência Brasil
Apesar do anúncio do fim da paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus na cidade de São Paulo, algumas garagens ainda estão paradas na manhã desta quinta-feira (22). O movimento ganhou força e atinge cidades da Grande São Paulo, como Osasco, Diadema e Taboão da Serra.
Na capital, os ônibus da Viação Santa Brígida iniciaram as suas atividades e liberaram 13 carros, mas rapidamente os veículos retornaram à garagem sob ameaça dos grevistas. Neste momento, nenhum ônibus sai das duas garagens da empresa, que atende a 80 linhas com 770 ônibus e transporta cerca de 425 mil pessoas por dia. A Santa Brígida atende às zonas oeste, norte e noroeste. Segundo a SPTrans (São Paulo Transportes), a paralisação das garagens afeta o funcionamento do terminal Pirituba.
Na Viação Gato Preto, os ônibus saíram das duas garagens com atraso de cerca de uma hora, segundo a SPTrans, o que também afetou o funcionamento do terminal Pirituba. O órgão informou ainda que os outros 28 terminais funcionam normalmente. O terminal São Matheus, administrado pelo governo do Estado, também opera sem restrições.
Em ambas as portarias da Gato Preto, um grupo de grevistas tenta impedir a saída dos coletivos. A Polícia Militar foi acionada para garantir a segurança dos funcionários que querem voltar ao trabalho. Portanto, apesar da dificuldade, os ônibus estão saindo, aos poucos, das garagens. O objetivo é que 75% da frota funcione como acordado na reunião na Diretoria Regional do Trabalho. A empresa transporta cerca de 270 mil pessoas por dia.
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O Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) foi acionado para atendimento de quatro das 80 linhas da Viação Santa Brígida. Segundo a SPTrans, foram escolhidos os principais trajetos, que estão sendo atendidos com 95 veículos. As outras garagens da capital paulista operam normalmente na manhã desta quinta-feira, segundo a SPTrans.
Osasco
Cerca de 90% da frota que atende a Osasco, na Grande São Paulo, está paralisada. Na Viação Osasco, a principal da região, nenhum dos 300 carros saiu da garagem. A empresa atende também à cidade de Carapicuíba com uma frota de 100 ônibus, que também está parada. Já na Viação Auto Urubupungá, cerca de 40% dos ônibus já saíram da garagem. A estimativa é que, pelo menos, 75% do total de veículos, faça o trabalho nesta quinta-feira. Há uma grande movimentação na frente das duas garagens de motoristas que aderiram à paralisação.
Itapecerica da Serra e Juquitiba
As duas garagens da Viação Miracatiba, em Itapecerica da Serra e Juquitiba, na Grande São Paulo, estão totalmente paralisadas. Em Itapecerica, a empresa opera com cerca de 700 ônibus na cidade. Já em Juquitiba, a Viação Miracatiba opera com 400 ônibus.
Diadema
E em Diadema, também na grande São Paulo, motoristas e cobradores de ônibus da MobiBrasil, localizada na estrada do Alvarenga, 4.000, no Balneário de São Francisco, realizam uma paralisação por melhores condições de salário. A empresa possui o mesmo sindicato dos ônibus que prestam serviços na capital. A frota que opera na cidade é de 250 veículos, sendo 128 urbanos e 122 intermunicipais. Ao todo 34 linhas — 17 municipais e 17 intermunicipais — são atendidas pela empresa, que transporta cerca de 90 mil passageiros por dia.
Negociações
A negociação de quarta-feira (21), que durou mais de três horas, teve a presença dos advogados dos sindicatos patronais, de representantes da prefeitura e dos trabalhadores. Motoristas e cobradores que estão insatisfeitos com o reajuste salarial aprovado em assembleia da categoria no dia 19 disseram que concordariam em retornar ao trabalho desde que a prefeitura intermediasse uma reabertura das negociações com os empresários.
A quarta-feira foi mais um dia de transtornos para os paulistanos com o transporte público. No fim da manhã, o número de terminais com problemas chegou a 14. No início da noite, quase todos foram liberados. Segundo a SPTrans, a paralisação prejudicou 1 milhão de pessoas e afetou aproximadamente 30% das linhas do sistema de concessão, ou perto de 2.400 ônibus. Apesar de parte da categoria permanecer em greve, algumas linhas voltaram a operar.