Após assassinato, Unicamp anuncia que terá PM no campus e causa revolta de estudantes
Pró-reitora aceita oferta do governador do Estado, mas DCE se diz contra a medida
São Paulo|Do R7
A pró-reitora de Desenvolvimento Universitário da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Teresa Atvars, anunciou na manhã desta sexta-feira (27) que o campus da instituição terá a presença da Polícia Militar. A iniciativa partiu do governador Geraldo Alckmin, na última quinta-feira (26), após a morte do estudante Denis Papa Casagrande, de 21 anos, durante uma festa no sábado (21).
A assessoria de imprensa da Unicamp disse que a sugestão de policiais militares ajudarem os 250 seguranças particulares da instituição na segurança foi discutida pela reitoria da Unicamp horas depois da fala de Alckmin em Araras, no interior paulista. Contudo, um planejamento estratégico será feito pela universidade com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), para definir prazos, efetivo e outros detalhes.
Do outro lado está o DCE (Diretório Central dos Estudantes), que confirmou ao R7 que é contra a presença da Polícia Militar no campus da Unicamp.
Pai de estudante morto em festa na Unicamp duvida de versão de suspeitos pelo crime
A posição é semelhante à adotada pelos estudantes da USP, que chegaram a realizar protestos na instituição, em 2012, contra a presença de agentes no Cidade Universitária, na zona oeste da capital. Segundo o DCE, a medida aprovada pela reitoria foi unilateral, sem discussão com os alunos.
Polícia caminha para conclusão do inquérito sobre morte em festa
O delegado Rui Pegolo ouviu mais testemunhas na quinta-feira (26) e, segundo a polícia, caminha para a conclusão do inquérito sobre o que aconteceu na festa não autorizada no campus da Unicamp, no sábado passado. A jovem Maria Teresa Peregrino, de 20 anos, confessou ter matado Denis Papa Casagrande, mas alegou legítima defesa, enquanto o namorado dela, Anderson Mamede, de 20, disse ter agredido o estudante com um skate, porém negou tê-lo matado a facadas. Ele disse ainda ter simulado a facada na perna para não ser linchado pelos demais presentes na festa.
A investigação já está de posse da possível arma do crime, encontrada em uma diligência feita com o casal, que continua em liberdade. A análise de imagens do circuito interno do campus e alguns laudos devem indicar, junto aos depoimentos, a autoria do assassinato e as suas causas. A expectativa é que o delegado do caso fale com a imprensa ainda nesta sexta-feira.
A Unicamp já instaurou uma sindicância para apurar as possíveis responsabilidades de funcionários na morte do estudante. De acordo com o DCE, seguranças tiveram descaso e demoraram a prestar socorro à vítima.
Relembre o caso: