Após promessa de recompensa de R$ 10 mil, polícia recebe 15 denúncias sobre paradeiro de Abdelmassih
Três meses depois do lançamento do programa, porém, ninguém ainda recebeu por denúncia
São Paulo|Do R7*
Passado um mês da divulgação da lista de recompensa para os dez criminosos mais procurados do estado de São Paulo e três meses da implementação do Programa de Recompensas, nenhuma denúncia foi, ainda, efetiva para a prisão de algum dos acusados.
No caso da lista, segundo o ISPCV (Instituto São Paulo Contra a Violência), foram feitas cerca de 30 denúncias, sendo que metade delas destinadas ao caso do médico Roger Abdelmassih, que tem valor R$ 10 mil de premiação.
Para que o denunciante seja bonificado no Programa de Recompensas, a denúncia deverá será analisada pelas Polícias Civil e Militar e, posteriormente, encaminhada ao secretário de Segurança do Estado, que considerará se a delação foi primordial para a prisão do procurado, conforme explica o gerente de projetos da ISPCV, Mario Vendrell. Ele também relata como funciona a forma do pagamento do prêmio.
— Uma vez que recebemos as denúncias via o Webdenuncia.org.br, encaminhamos para a [delegacia] seccional do endereço informado pelo denunciante. Em caso de prisão, o delegado encaminhará o caso ao secretário, que fará uma análise. Se ao final do processo, for decretado que a denúncia será premiada, vamos deixar uma mensagem ao cidadão através do site, na mesma mensagem que ele nos deixou com a denúncia. Como ele é anônimo, nós não temos nenhum dado dele, então enviamos o número do cartão virtual e uma senha que ele poderá utilizar em qualquer caixa do Banco do Brasil para sacar o valor correspondente ao prêmio. É possível acompanhar o andamento da denúncia atráves do número de protocolo que oferecemos.
Conforme publicado em Diário Oficial, os prêmios têm valores estipulados entre R$ 2.500 e R$ 10 mil. O maior deles para o médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão por 52 estupros e atentados ao pudor contra pacientes. Na sequência, aparece Marcio Geraldo Alves Ferreira (conhecido como Buda). O valor pago para quem tiver alguma pista sobre sua localização é de R$ 5 mil. Buda é suspeito de ter colaborado no planejamento e na preparação de uma tentativa de fuga de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, Cláudio Barbará da Silva (Barbará), Célio Marcelo da Silva (Bin Laden) e Luiz Eduardo Marcondes Machado de Barros (Du Bela Vista), da penitenciária de Presidente Venceslau.
Presa no final dos anos 1990 com 340 kg de cocaína em Campinas, Sonia Aparecida Rossi, conhecida como Maria do Pó, está foragida desde 2006. A recompensa para informações sobre a criminosa também é de R$ 5 mil. Outro procurado, por estupro, é Manoel Lopes de Araújo Filho, foragido da penitenciária de Tremembé. Ele é acusado de abusar de uma jovem de oito anos — que foi mantida presa em um guarda-roupa durante 14 dias. A recompensa para este caso também é de R$ 5 mil.
Walber da Silva de Farias, procurado pela morte do professor Gomides Vaz de Lima Neto, na Vila Mariana em abril, também está na lista de procurados. Informações que levem à prisão de Farias podem chegar a R$ 5 mil. Um dos acusados do mesmo crime, Wallace Novak Rodrigues, já foi preso pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) em maio deste ano.
Os demais foragidos procurados pela polícia paulista são Marcelo Luciano Coelho, conhecido como Marcelo Boy ou apenas Boy, procurado por dano, lesão corporal, incêndio, explosão e tráfico de drogas (recompensa de R$ 5 mil); Caio Rodrigues, procurado pela morte de Diego Cassas no estacionamento de uma lanchonete (R$ 2,5 mil); João Aparecido Ferraz Neto, conhecido como João Cabeludo, procurado por tráfico, lavagem de dinheiro e roubo a caixas eletrônicos (R$ 5 mil); Ronaldo Calado de Mendonça, conhecido por Ronaldinho, acusado de tráfico de drogas e incêndio a ônibus em Bauru (R$ 5 mil); e Aurelito Borges Santiago, condenado pela morte de Rodrigo Cintra e foragido do Fórum de Ribeirão Preto (R$ 2,5 mil).
As denúncias podem ser feitas tanto pelo site, webdenuncia.org.br, quanto pelo telefone 181 do disque-denúncia e pelo site da SSP (Secretaria de Segurança Pública). De janeiro a julho deste ano, contando todas as formas de denúncia, foram cerca de 1.300 denúncias.
*Com informações do estagiário Gilmar Junior