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Morte no Mc Donald’s: advogado de réu diz que assassinato foi “totalmente justificado”

Caio Rodrigues é acusado pela morte de Diego Cassas há três meses após briga em balada

São Paulo|Thiago de Araújo, do R7

Diego Cassas foi morto há 3 meses em SP
Diego Cassas foi morto há 3 meses em SP

A morte de Diego Ribeiro Cassas, de 18 anos, completou três meses no último sábado (7). Ele foi assassinado com quatro tiros no estacionamento de uma lanchonete da rede Mc Donald’s, na zona oeste de São Paulo. Os acusados pelo crime foram denunciados pelo Ministério Público e são considerados foragidos pela Justiça. Caio Rodrigues é réu pela autoria dos disparos e o seu advogado defende a atitude do cliente.

Em entrevista ao R7, o defensor Ronaldo Tovani afirmou que a motivação dos disparos feitos por Rodrigues foi “totalmente justificada”. O advogado negou que o seu cliente esteja se escondendo da polícia – há um mandado de prisão preventiva contra o réu e contra Fernando de Araújo Lopes da Silva, acusado de cúmplice no crime – e disse que foi Cassas que causou a própria morte.

— O rapaz (Cassas) era enorme, muito forte, e rapazes grandes e fortes costumam se aproveitar dos pequenos, costumam bater. E são esses que morrem. Se você fizer uma estatística, a cada dez que são assassinados, sete são grandes e fortes que se aproveitaram dos menores. O rapaz, sem motivo algum, espancou o Caio. O Caio então foi lá, pegou uma arma e matou ele. E vai responder por isso. Pronto. Agora o cara é grande e vai bater nos outros? Não vai bater.

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Na versão sustentada pela defesa de Caio Rodrigues, Diego Cassas teria “passado a mão nas coxas da irmã de Caio”, segundo palavras de Tovani, em uma casa noturna na Barra Funda, zona oeste da capital. O réu então resolveu tirar satisfações com a vítima, que o teria espancado. Isso motivou o acusado a buscar uma arma e ir atrás de Cassas. Ao saber que ele e um grupo de amigos estavam no Mc Donald’s localizado em Pinheiros, Rodrigues foi até lá, levado por Fernando Silva, e efetuou os quatro disparos.


— O Caio vai explicar aos jurados, através de mim, que quando um homem apanha na cara, ele tem mais é que dar tiro mesmo. Eu acho que ele está certo. Nós não podemos viver na cartilha dos covardes. Senão, o que acontece? O grandão vem, bate no pequeno e ele vai reclamar pra quem? Pra polícia, pra essa polícia aí? Pro papa? Não, não vai. Vai lá e o grandão não vai fazer isso com mais ninguém. Agora o Caio responde, se for condenado cumpre a pena dele e depois vai embora, cuidar da vida dele.

O advogado Razuen El Kadri, que representa Fernando Silva no caso, afirmou ao R7 que o seu cliente não sabia que Rodrigues estava armado e que não teve qualquer participação na morte de Cassas. Ele espera derrubar o pedido de prisão preventiva para então apresentar o acusado.


— Vamos tentar de todas as formas comprovar a honestidade dele, que ele não tinha nada a ver, que quem praticou o crime não foi ele, que ele não incentivou, que ele estava por um acaso ali e se ele pudesse ter feito alguma coisa seria para que o ocorrido não acontecesse. É só isso que eu quero: provar a inocência dele.

Denúncia e drama da família Cassas

Na denúncia oferecida pelo promotor Hidejalma Muccio, a qual foi aceita pelo juiz Adilson Paukoski Simoni, Caio Rodrigues e Fernando Silva são acusados de “utilizarem manobras” para não prestarem depoimento à polícia na época da investigação (Rodrigues juramentou a sua versão em cartório, após “não ter condições emocionais” quando foi ao DHPP, enquanto Silva não se apresentou oficialmente) e que vingança motivou ambos a irem atrás de Cassas, com a intenção de matá-lo.

A expectativa da família da vítima, Patrícia Vega, é de que o julgamento do caso ocorra no próximo ano. Ela e os familiares e Diego Cassas também reclamam do fato de que os dois acusados continuam soltos.

— Eles estão escondidos, em uma situação de foragidos. A família do Diego está desesperada. A mãe dele está em uma depressão enorme, indignada. O problema é que as leis que temos no nosso País permitem isso. Ela (mãe de Diego) viu ele, tiveram esse contato com ele e não pôde ser preso porque não havia nenhum mandado de prisão contra ele naquela data (quando o réu esteve no DHPP). Agora é óbvio que a família dele já o escondeu em algum lugar.

Em um ponto todas as partes concordam: elas dizem ter presa para o julgamento, que deve acontecem no Fórum Criminal da Barra Funda. Ronaldo Tovani adiantou que vai adotar dois caminhos na defesa de Caio Rodrigues, o qual, segundo ele, sempre esteve a disposição da polícia e que em nenhum momento negou a autoria dos tiros que mataram Diego Cassas.

— Vou defender duas teses. Uma é a absolvição e a outra é pela desqualificação do crime. Ou os jurados o absolvem, ou se eles entenderem que devem condená-lo, que seja com a desqualificação do crime, porque o crime foi praticado com motivação. Não vou defender absurdo, não vou atacar a memória do que morreu além do que já se fez, não estou em busca de milagre. Não sou da absolvição, mas sim por uma redução da pena e o Caio vai cumprir aquilo que for decidido.

O crime

Diego Ribeiro Cassas foi morto com quatro tiros na manhã do dia 7 de junho, no estacionamento de uma lanchonete da rede McDonald's, que fica no cruzamento da rua Henrique Schaumann com a avenida Rebouças, no Jardim Paulista, zona oeste de São Paulo. As câmeras de segurança do estabelecimento gravaram o ocorrido e ajudaram a polícia a identificar os autores.

De acordo com a investigação, o crime foi a continuação de uma briga que se iniciou em uma casa noturna localizada na avenida Marquês De São Vicente, também zona oeste da capital. A vítima estaria conversando com uma garota quando um homem, enciumado e insatisfeito com a situação, foi tirar satisfação com ele. Cassas, que estava acompanhado de mais três amigos, enfrentou a briga e em seguida saiu do local com os amigos.

Os quatros jovens então resolveram passar na lanchonete. Quando chegaram em frente do estabelecimento, a vítima teria sido abordada por um atirador, que disparou contra ele. O jovem não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

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