Após quase 22 horas, duas pessoas continuam desaparecidas em desabamento de prédio
Na madrugada desta quarta-feira, oitavo corpo foi encontrado; 25 pessoas ficaram feridas
São Paulo|Do R7, com Agência Record e Balanço Geral
Ao menos duas pessoas continuam desaparecidas após um prédio em construção desabar na avenida Mateo Bei, no bairro de São Mateus, zona leste de São Paulo. No início da madrugada desta quarta-feira (28), foi encontrado o corpo da oitava vítima do acidente. Vinte e cinco pessoas ficaram feridas. Quatro famílias tiveram as casas atingidas pelos escombros.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o edifício de dois andares desabou por volta das 8h30 da terça-feira (27). Uma nuvem de poeira tomou conta da rua e deixou em pânico quem passava por ali, como o empresário José Honório da Silva.
— Parecia uma explosão, cara. Chegou a tremer tudo em casa. Aquele barulho forte, no que abri o portão tava aquela poeira cinza como se fosse uma implosão.
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As vítimas, mais de 30 operários, mal tinham começado a trabalhar. Ao menos 70 bombeiros chegaram para o resgate. Os feridos mais graves eram levados de helicóptero para os hospitais. Quem estava em melhores condições recebia atendimento na calçada. Logo começaram a ser retirados os primeiros corpos. Uma vítima soterrada conseguiu pedir ajuda pelo celular.
O comandante da operação, major Anderson de Oliveira, explica o que deve ter acontecido.
— Não houve barulho, não houve nada, simplesmente houve colapso estrutural de maneira muito repentina, não houve relato de explosão.
A construtora JAMF que ergueu o prédio disse ter entregado tudo pronto para a loja que alugou o imóvel. No prédio iria funcionar a loja de departamento Torra Torra. Mas segundo informações da administração do estabelecimento, o prédio era locado e a empresa ainda aguardava o término das obras para realizar uma sondagem e analisar se o prédio estava apto para o funcionamento do estabelecimento.
Segundo a prefeitura, a construção estava irregular, sem alvará. Funcionários da obras disseram que o medo de um desabamento já existia e que, por isso, estavam reforçando a estrutura.
O último corpo foi localizado no final da noite, mas, como estava em um lugar de difícil acesso, só foi retirado durante a madrugada. Além de cães farejadores, os bombeiros usaram também equipamentos especiais para buscas. Um deles permite observar o interior do desabamento por meio de uma micro-câmera.
A vítima é um homem que trabalhava como operário da obra. Antes de seguir para o IML (Instituto Médico Legal), o corpo permaneceu no salão de uma igreja que fica em frente ao desabamento. Ali estavam parentes e colegas de trabalho dos operários mortos.
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