Com pouco público, MPL realiza ato contra a tarifa
Manifestação em forma de festival aconteceu em frente ao Teatro Municipal de São Paulo
São Paulo|Giorgia Cavicchioli, do R7
O MPL (Movimento Passe Livre) realizou, nesta quinta-feira (25), o Festival Pula Catraca para que a população pudesse se manifestar contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo para R$ 3,80. O ato se concentrou na frente do Teatro Municipal de São Paulo e reuniu cerca de 200 pessoas. Com participação de artistas que apoiam o movimento, os manifestantes dançaram, cantaram e protestaram.
A manifestação, que começou por volta das 18h30, não saiu pelas ruas da cidade e foi pacífica. A Polícia Militar, que estava com um efetivo muito menor do que nos outros atos convocados pelo Passe Livre, ficou no local e acompanhou os shows que estavam acontecendo de longe e sem violência.
Porém, por volta das 17h, policiais revistaram manifestantes que estavam aguardando a concentração na escadaria do teatro. Questionados pela reportagem do R7, policiais afirmaram que a revista era uma atitude padrão, para garantir a segurança de todos no local. Em contrapartida, manifestantes que foram revistados pela polícia afirmaram que a abordagem foi truculenta, que os policiais xingaram e ameaçaram quem estava lá.
O manifestante Ítalo Rezende, por exemplo, afirmou que estava sentado na frente nas escadas do teatro quando já foi abordado pela polícia. Ele diz que questionou o motivo e que ouviu que aquele era "o procedimento".
— A gente tá sentado no patrimônio público e eles falaram que era vagabundagem. A ditadura existe, mas ela está mascarada. A ditadura está voltando.
Mesmo assim, o protesto ocorreu todo de forma pacífica e animada. O momento em que os manifestantes mais ficaram animados foi quando o funkeiro MC Brankim começou a cantar sua música que virou paródia dos manifestantes. Antes de cantar, ele afirmou que também é pai de família e que entende o problema de ter que se pagar R$ 3,80 na passagem para que a mulher dele possa levar o filho ao médico, por exemplo.
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— Brasileiro é sofredor. Mas estou aqui levantando essa bandeira do fundo do meu coração e espero que o nosso governo tenha a humildade de abaixar essa passagem aí.
De acordo com Letícia Cardoso, do MPL, o movimento vai continuar na rua enquanto existir a passagem e que eles não têm medo da repressão policial que acontece repetidas vezes em atos encabeçados pela organização.
— A gente vai continuar na rua até a tarifa cair. A gente vai continuar discutindo o transporte e a tarifa zero.