Depoimento de médica de menino suspeito de matar família está marcado para esta quinta-feira
Pneumologista tratava de garoto, que nasceu com doença degenerativa
São Paulo|Do R7
Marcado inicialmente para terça-feira (20), o depoimento da médica do adolescente Marcelo Bovo Pesseghini deve acontecer na manhã desta quinta-feira (22), no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), segundo a assessoria de imprensa da Delegacia Geral de Polícia. A pneumologista Neiva Damaceno, que justificou o adiamento alegando questões pessoais, acompanhava o tratamento de fibrose cística, uma doença degenerativa, desde que o garoto tinha um ano.
Marcelo, de 13 anos, foi encontrado morto junto com a família no dia 5, dentro de casa, na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo. A principal linha de investigação da polícia aponta o menino como suspeito de assassinar os pais, o casal de policiais militares Luís Marcelo Pesseghini e Andréia Regina Bovo Pesseghini; a avó materna e uma tia-avó. Pela manhã, o estudante foi normalmente ao colégio e, ao voltar para casa, teria cometido suicídio, conforme a investigação.
Ao todo, 35 pessoas já foram ouvidas pela polícia. A última esteve no DHPP na quarta-feira (21). Para tentar traçar um perfil psicológico do adolescente, o delegado responsável pelo caso, Itagiba Franco, convidou o psiquiatra forense Guido Palomba, que tomará como base depoimentos, laudos da perícia e outras informações do inquérito.
"Assustadoramente inexplicável"
A pneumologista chegou a declarar em entrevista que a doença e os remédios não alterariam a mente e o comportamento de Marcelo, que nasceu com a fibrose cística. Quando era bebê, os médicos disseram que ele não sobreviveria até os quatro anos. Mas ele respondeu bem ao tratamento e chegou completou 13 anos em junho.
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A fibrose cística é uma doença genética, herdada de um dos pais. É caracterizada, principalmente, por problemas no sistema respiratório, mas também atinge o aparelho digestivo. Quem sofre desse mal tem dificuldades de ganhar peso, por exemplo. Nos pulmões, pode causar pneumonias de repetição e bronquite crônica.
A médica de Marcelo disse estar “chocada” com o que aconteceu, avaliou o menino como "educado" e "carinhoso" e considerou o caso "assustadoramente inexplicável".