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Depois do Cantareira, estiagem agora ameaça Alto Tietê

Transferência de água de outros mananciais está delineando cenário crítico

São Paulo|

Nível do Sistema Cantareira é de cerca de 23%
Nível do Sistema Cantareira é de cerca de 23% Nível do Sistema Cantareira é de cerca de 23%

Considerada a solução emergencial mais eficiente para suprir a crise do Sistema Cantareira, a transferência de água de outros mananciais para socorrer bairros da capital está delineando um novo cenário crítico no segundo maior sistema da Grande São Paulo. Com seu pior nível pré-inverno em dez anos, o Alto Tietê — que abastece quatro milhões de habitantes — registra queda diária com a mesma velocidade do Cantareira e corre o risco de secar ainda neste ano, segundo estimativa de especialista na bacia hidrográfica.

Desde fevereiro, quando a Companhia de Sabesp (Saneamento Básico do Estado de São Paulo) passou a remanejar água dos Sistemas Alto Tietê e Guarapiranga para cerca de 1,6 milhão de pessoas que eram atendidas pelo Cantareira, o Alto Tietê perdeu 15,4 pontos porcentuais, chegando a 29% da capacidade na sexta-feira. No período, o Cantareira caiu 16,2 pontos e estava com 23,3% de armazenamento anteontem por causa do uso do "volume morto". Apenas o Guarapiranga subiu, graças às chuvas de março.

Os dados da Sabesp mostram que não foram só os reservatórios do Cantareira que sofreram com a falta de chuva no verão. Nas cinco represas do Alto Tietê, distribuídas entre Suzano e Salesópolis, região leste da Grande São Paulo, o índice pluviométrico também ficou mais de 30% abaixo da média histórica entre fevereiro e maio. Enquanto reduziu a retirada de água do Cantareira em quase 10 mil litros por segundo, porém, a Sabesp manteve a produção de 15 mil litros do Alto Tietê e pretende avançar mais com a produção do sistema na capital.

Nível do Sistema Cantareira cai mais uma vez e chega a 23,3% da capacidade

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O engenheiro José Roberto Kachel dos Santos, membro do Comitê da Bacia do Alto Tietê, disse que está "perdendo por dia 12 mil litros por segundo".

— Se continuar assim, o volume do Alto Tietê acaba em 150 dias e, pelo que sei, aqui não temos volume morto significativo para explorar. Estamos indo para o brejo do mesmo jeito e ninguém fala nada.

Temendo o agravamento da situação, o grupo decidiu criar uma Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico semelhante ao grupo anticrise que acompanha a estiagem do Cantareira.

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