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“Ele acabou comigo como professora. Eu já perdi tudo”, diz docente envolvida em confusão com aluno trans

Professora do curso de publicidade e propaganda foi demitida após reclamação de estudante

São Paulo|Do R7

Fachada do prédio da Fundação Cásper Líbero na avenida Paulista, região central de São Paulo
Fachada do prédio da Fundação Cásper Líbero na avenida Paulista, região central de São Paulo

Depois de dois anos lecionando na faculdade Cásper Líbero, a professora Joana* foi demitida. Segundo ela, de forma injusta. Joana foi exposta em uma rede social por Samuel Silva, que reclamou da questão de uma prova aplicada por ela. A confusão terminou com a expulsão do aluno, afastamento do coordenador do curso e a demissão da docente.

O ex-aluno da instituição acusa a faculdade de transfobia, pois acredita que foi punido por preconceito. Já a professora, alega ter sido feita de “bode expiatório”.

— Ele acabou comigo como professora e fez eu perder meu emprego. Eu já perdi tudo.

Joana afirma que tratava o aluno da mesma forma que trata os demais e que sempre se mostrou aberta ao diálogo com os estudantes. Inclusive, chegou a ajustar prazos para que Silva pudesse fazer uma cirurgia de remoção dos seios, sem se prejudicar nas notas.


Após a publicação de Silva em uma rede social, reclamando da prova, os alunos teriam cobrado uma resposta da professora. Joana confirma que mandou um e-mail para a classe, mas alega que parte do texto não foi publicado pelo aluno ao atacá-la no Facebook. Segundo Joana, foi oferecido atendimento a ele para discutir a questão e a possibilidade de refazer a prova. Para ela, o estudante é uma pessoa muito difícil de lidar.

— Ele vê transfobia em tudo que a gente fala ou imagina e criava problema com tudo. A gente dá aula para ele com medo. 


A professora se defende de todas as acusações do ex-aluno, que reclamou da exibição de um vídeo em inglês para a realização da prova em sala de aula. De acordo com Joana, o vídeo em questão havia sido divulgado para os alunos uma semana antes da avaliação e a prova foi feita em trio e com consulta. O objetivo da avaliação era discutir intertextualidade. Todos os alunos acertaram a resposta da questão, que era paráfrase, inclusive Silva, que tirou 8,5.

— A prova foi feita em trios e ninguém falou nada. Ele [Silva] recebeu a prova e ajudou a distribuir os enunciados porque eram quatro modelos diferentes. Nenhuma questão dependia do inglês. Eu não sei o que ele quer com isso.


Demissão

Na sexta-feira (9), a professora foi chamada na sala do diretor Carlos Roberto da Costa e foi demitida. Nesta semana, Joana retornou à faculdade para reincidir o contrato e, agora, teme não conseguir emprego depois de 17 anos lecionando na área.

— Jogaram meu nome na lama. Eu tenho mãe para sustentar e contas para pagar. Estou com pressão alta, não durmo e não como direito.

O R7 não conseguiu contato com o advogado da professora.

* a pedido da entrevistada, trocamos o nome para preservar sua identidade.

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