Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Em SP, 2 de cada 3 hidrantes sumiram ou não funcionam

Dos 948 equipamentos vistoriados, apenas 95 estão em plena condição de uso

São Paulo|Do R7

Só 10% dos hidrantes instalados para combate a fogo funcionam de maneira adequada em São Paulo e 2 em cada 3 estão inoperantes ou sumiram, conforme amostragem encomendada pelo Ministério Público Estadual aos bombeiros.

De 948 hidrantes vistoriados — 15% de um universo estimado pela corporação em 6.375 -, 95 têm condições plenas de uso, de acordo com o laudo final. O MPE instaurou inquérito para averiguar o risco à população em plena seca histórica, que amplia o risco de incêndios.

Da lista total de equipamentos checados, 394 (42%) nem sequer foram encontrados. Para o promotor Marcus Vinicius Monteiro dos Santos, a capital está em situação delicada no que diz respeito à qualidade do pronto-atendimento de incêndio.

— Há um número reduzido de equipamentos em condições de uso. O laudo ainda revelou que há 243 (25,5%) inoperantes e 216 (22,5%) funcionando com avarias.


Segundo o promotor, os hidrantes que não foram encontrados "tiveram o acesso bloqueado, tapado, sem que ninguém percebesse". Marcus Vinicius considera a situação preocupante e espera firmar um acordo com a Prefeitura ainda nesta semana para a solução do problema. Por enquanto, os bombeiros terão de continuar apelando a trens de socorro, nome dado aos caminhões-pipa que levam água até o local da ocorrência, para poder conter focos de incêndio.

Gravidade


Em depoimento prestado na Promotoria no dia 16 de junho, o tenente-coronel Eduardo Holms reconheceu que a gravidade da situação obriga as equipes a deixar as bases juntamente com os caminhões.

— Eles já saem com o "plano B" em prática. E em uma cidade como São Paulo, onde é muito difícil circular com carros. Agora, imagine com caminhões.


Apesar de reconhecer o problema, os bombeiros não se consideram responsáveis por ele. O mesmo ocorre com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado), que já foi ouvida no inquérito. Ao Ministério Público, a empresa declarou que faz os reparos necessários nos equipamentos, mas de maneira "voluntária". De acordo com o que afirmou Marcelo Xavier Veiga, superintendente de planejamento e desenvolvimento da Diretoria Metropolitana, o contrato de concessão firmado com a Prefeitura não prevê o serviço.

Segundo Veiga, a capital tem 7.681 hidrantes — e não 6.375, como informou o Corpo de Bombeiros.

— A diferença nos números já indica um problema. Os cadastros são contraditórios e revelam que não há checagem periódica da situação dos equipamentos.

Acordo

Está marcada para esta terça-feira (5), uma reunião entre representantes do Ministério Público e da Prefeitura para tratar do assunto. O secretário municipal de Governo, Chico Macena, é um dos aguardados. A intenção do promotor é firmar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre os envolvidos para reestruturar a rede existente.

Ontem, Macena ressaltou que a manutenção da rede de hidrantes é uma responsabilidade da Sabesp.

— É o que vamos dizer ao promotor. A Prefeitura pode ajudar, sim, mas na liberação de obras a serem executadas pela Sabesp. Se a empresa precisar quebrar a calçada para fazer a manutenção, por exemplo, nós vamos dar o alvará.

De acordo com o secretário, o contrato assinado entre a Prefeitura e a Sabesp não prevê a manutenção de hidrantes porque já existe legislação a respeito.

— A normativa 34, de 2011, do Corpo de Bombeiros, atribui a responsabilidade sobre o tema à concessionária.

A Sabesp não se manifestou sobre o assunto.

A assessoria de imprensa da Sabesp informa, em nota, que a legislação estabelece como encargo do Município os serviços de manutenção em geral e a instalação de válvulas de incêndio.

— A empresa tem feito a manutenção de hidrantes em ocorrências relacionadas a vazamentos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.