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Empresa assume manutenção de semáforos de São Paulo, alvo de 4 mil furtos de cabos no ano

Contrato com a concessionária Ilumina SP, já responsável pela PPP da iluminação pública, tem validade de 17 anos

São Paulo|Joyce Ribeiro, do R7

Foram 3.875 casos de furto e vandalismo no sistema de semáforos em sete meses, diz CET
Foram 3.875 casos de furto e vandalismo no sistema de semáforos em sete meses, diz CET Foram 3.875 casos de furto e vandalismo no sistema de semáforos em sete meses, diz CET

A concessionária Ilumina SP assumiu a manutenção e modernização do sistema de semáforos da capital paulista por 17 anos. A empresa terá de arcar também com os custos da substituição de equipamentos e cabos em ocorrências de furto e vandalismo. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), foram 3.875 registros apenas de janeiro a julho.

O número representa, em média, 19 equipamentos danificados por dia. De acordo com a CET, houve um aumento de mais de 40% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram contabilizadas 2.764 ocorrências.

Segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), nos próximos 90 dias será realizada uma espécie de força-tarefa “para trocar os semáforos com falhas e zerar a incidência de problemas".

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O termo aditivo ao contrato de PPP (Parceria Público Privada) de iluminação pública foi publicado na quinta-feira (1º) no Diário Oficial. Segundo a prefeitura, a inclusão do serviço de manutenção e modernização de semáforos terá custo de R$ 1,12 bilhão aos cofres públicos.

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“Estávamos há três anos tentando fazer a licitação para a reestruturação e manutenção do sistema semafórico da capital. Agora encontramos essa alternativa do aditivo na PPP da iluminação, que vai garantir uma tecnologia melhor e mais economia para a cidade”, afirmou o prefeito.

Concessão

A Ilumina SP assumiu todos os custos envolvidos na prestação do serviço. No novo modelo, a concessionária fica responsável pelos gastos com energia elétrica e pelos riscos. A prefeitura estima uma economia de cerca de R$ 5 milhões mensais.

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O contrato prevê um plano de transição de quatro meses da chamada operação assistida. Técnicos da CET, até então responsáveis pela tarefa, vão compartilhar o conhecimento com a empresa. Durante o período, "serão testadas as regras estabelecidas para confirmar se estão promovendo o melhor serviço para a população", segundo a prefeitura.

De acordo com a SP Regula (Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo), a expectativa é de que, já primeiros dias de trabalho, haja uma melhora no funcionamento dos semáforos.

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Furto de cabos prejudica o funcionamento
Furto de cabos prejudica o funcionamento Furto de cabos prejudica o funcionamento

Há ainda a promessa de modernização do sistema semafórico na capital. Ainda neste ano, começa a substituição de equipamentos. O projeto prevê que eles sejam integrados à central e, em três anos, todo o sistema esteja implantado na área de rodízio municipal.

Com a concessão, a prefeitura também espera agilizar o tempo de reparo dos equipamentos, que hoje seguem trâmites burocráticos. 

O engenheiro de tráfego de transportes Horácio Augusto Figueira acredita que a iniciativa privada dá a celeridade necessária ao processo. "No setor público, se falta um parafuso específico, precisa fazer licitação. O processo é arcaico. Fica até uma semana com o semáforo bandeirado. Já as empresas fazem três ligações para cotação de preços e o material chega, até de madrugada", compara.

Para o professor associado da Escola de Administração de Empresas de São Paulo e coordenador do FGV Cidades, Ciro Biderman, há necessidade de mudanças no sistema. "A administração de semáforos precisa evoluir. Estão optando por terceirizar a contratação para quem ganhou a PPP da iluminação. Se os parâmetros estiverem bem-feitos pode ser uma boa solução", pontua.

Com semáforos apagados, agentes da CET controlam passagem de pedestres no centro
Com semáforos apagados, agentes da CET controlam passagem de pedestres no centro Com semáforos apagados, agentes da CET controlam passagem de pedestres no centro

Furtos e vandalismo

Segundo levantamento da CET, de janeiro a julho foram reinstalados 256 quilômetros de fios nos equipamentos danificados, o equivalente à distância entre São Paulo e São Carlos, no interior do estado. 

Em 2021, a CET contabilizou 5.237 ocorrências de furto e vandalismo de componentes de sinalização. Foram 283 registros para controladores semafóricos, uma média de 23 por mês. Só até julho deste ano, o número chega a 230, com média mensal de 33 casos.

Durante todo o ano passado foram registrados 32 flagrantes de furto ou vandalismo de semáforos. De janeiro a julho de 2022, foram 12. A população pode fazer denúncias pelo 190 ou 156.

São Paulo tem o maior parque semafórico do país, com 6.666 cruzamentos e travessias. De acordo com a prefeitura, o vandalismo de um controlador pode afetar o funcionamento de até cinco cruzamentos na região. O centro concentra o maior número de falhas por furto ou vandalismo. Mas houve um aumento significativo nas zonas leste e sudeste da capital.

O mau funcionamento de um semáforo pode provocar acidentes de trânsito. O motorista Aluizio do Carmo ressalta os riscos: "O que prejudica muito é que o cruzamento fica perigoso, ninguém quer dar preferência, tanto para o motorista quanto para os pedestres. Pelo centro, fica ainda mais perigoso porque pode até ser assaltado esperando para atravessar".

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