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Entregadores se dividem e marcam novas paralisações em São Paulo

Sindicato faz ato nesta terça (14) para exigir vínculos trabalhistas enquanto organizadores do #Brequedosapps marcam nova paralisação para 25 de julho

São Paulo|Gabriel Croquer*, do R7

Entregadores durante a paralisação nacional, no dia
1º de julho
Entregadores durante a paralisação nacional, no dia 1º de julho Entregadores durante a paralisação nacional, no dia 1º de julho

Após a primeira paralisação nacional dos entregadores de aplicativos, conhecida como #BrequeDosApps, no dia 1º de julho, a categoria, dividida entre entregadores ligados a sindicatos, movimentos politizados e entregadores independentes, terá novas manifestações e atos nas próximas semanas.

Leia também: Entregadores de SP pedem direitos a apps após amputação por acidentes

O grupo que encampou a campanha do breque, apolítico, auto-organizado e sem lideranças definidas, planeja fazer uma nova paralisação nacional no dia 25 de julho. O movimento foi um dos principais responsáveis pelo ato do dia 1º, que interditou quatro avenidas de São Paulo e teve a participação de cerca de 8 mil entregadores.

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Nesta terça-feira (14), o Sindimoto-SP (Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas Intermunicipais do Estado de São Paulo) prepara um ato em frente ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região, no centro, onde acontece uma audiência de conciliação entre entregadores e empresas.

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O plano da categoria é se reunir às 9h na sede do sindicato, no Brooklin, zona sul da capital, e seguir em direção ao TRT. O trajeto previsto passa pela Avenida dos Bandeirantes, Marginal Pinheiros, Avenida Rebouças, Rua da Consolação, Rua Maria Paula e pela Avenida 23 de Maio até chegar à Avenida Paulista. 

O sindicato se apoia em duas ações civis públicas contra plataformas para exigir deveres trabalhistas das empresas com os funcionários. Em resposta, os aplicativos de entrega citam medidas de seguro e apoio aos entregadores durante a pandemia e desmentem que escolhem entregadores sob sistema de pontuação ou que desligam colaboradores sem justificativa ou evidências.

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Sem inclinação partidária

Inicialmente, havia uma manifestação marcada também para o dia 12, que teria a participação dos movimentos dentro da categoria. A possibilidade, no entanto, foi rejeitada tanto por organizadores do #BrequeDosApps quanto do sindicato, considerando a inclinação partidária das manifestações de domingo que estão ocorrendo na cidade de São Paulo, que tem apoio de outro parcela do movimento, dos Entregadores Antifascistas. 

"A nossa categoria já tem tanto problema sem solução. E a gente vai ficar se envolvendo em política partidária? Não tem sentido isso”, afirmou Gerson Cunha, presidente interino do Sindimoto-SP.

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Pontos comuns e divergências

Além das exigências de vínculos trabalhistas centralizadas pelo sindicato, as reivindicações dos diferentes grupos da categoria são semelhantes: aumento do valor pago aos entregadores por corrida, fim das punições súbitas (que os aplicativos negam acontecer) e a oferta maior de seguros para proteger a categoria durante as entregas, dando suporte para conserto dos veículos e para cuidados com a saúde dos trabalhadores. 

Até mesmo entre os entregadores independentes existe cisão com as associações trabalhistas. "Infelizmente não existe uma união dos motoboys de São Paulo com o sindicato. A grande massa da categoria dos motoqueiros - desses guerreiros que estão aí no dia a dia, sol e chuva- eles discordam totalmente da forma desse sindicato, dessa associação, agir", disse Rafael Felix Monteiro, um dos organizadores do #BrequeDosApps.

Contudo, os dois grupos se articularam para apresentar às empresas que estiverem na audiência de conciliação 15 demandas dos entregadores associados aos apps para oferecer mais apoio aos funcionários terceirizados. Entre elas, está a exigência de seguro de vida e para acidentes, além de auxílio para entregadores contaminados pela covid-19.

Em nota, o Ifood afirmou que solicitou adiamento da reunião de conciliação, para poder "viabilizar uma tentativa de diálogo prévio com as outras empresas envolvidas e eventualmente apresentar posicionamento conjunto do setor aos temas trazidos pelo Sindimoto-SP".

Caso as exigências não sejam cumpridas, segundo os organizadores do breque, as paralisações devem continuar: "A situação chegou a um ponto insustentável, muitos companheiros nossos morrendo, sofrendo acidente e sem assistência por nenhuma parte".

Entregadores fecham 4 avenidas de SP em dia de paralisação. Veja fotos

*Estagiário do R7, sob supervisão de Clarice Sá

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