O motorista Paulo Henrique Batista, de 22 anos, suspeito de participar de um racha que levou ao atropelamento e à morte de seis pessoas em Mogi das Cruzes, no domingo (29), se apresentou por volta das 10h desta segunda-feira (3) no 2º Distrito Policial da cidade, na Grande São Paulo. Ele estava foragido desde a madrugada de sábado (28), quando ocorreu o acidente.
Batista estaria disputando corrida com o pedreiro Reginaldo Ferreira da Silva, de 41 anos. Silva perdeu o controle de seu Monza em uma curva na avenida Japão, capotou e acertou oito jovens que fumavam narguilé em um terreno - dois escaparam com ferimentos sem gravidade.
O pedreiro foi preso em flagrante logo após o acidente, acusado de homicídio doloso e embriaguez ao volante. À Polícia Civil, ele disse que disputava um racha com Batista, que estava em um Pálio.
— Ele me provocou e eu fui atrás.
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Segundo a polícia, Silva disse que queria "revidar" a ultrapassagem de Batista. Com mais quatro amigos, ele iniciou então uma disputa com seu Monza - que tinha direção e pedais de competição.
Batista fugiu sem prestar socorro e o carro foi localizado pela polícia no domingo. Seu advogado, Francisco Alves de Lima, disse à polícia que Batista não teria prestado socorro às vítimas por medo de linchamento e a defesa nega que tenha ocorrido um racha. Segundo o advogado, o pedreiro "ficou bravo" após ser ultrapassado por Batista e decidiu acelerar para ultrapassá-lo.
Enterro e protesto
No velório comunitário na Igreja São Judas Tadeu, no bairro Jardim Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes, familiares e amigos estavam revoltados e pediam Justiça. Por volta das 17h de domingo, as cinco vítimas — Lucas Baptista Lopes, de 13 anos; Jeferson Andrade Nunes, de 17; Herick Henrique Pereira, de 17; Rebert Nascimento Silvério, de 19; e André Francisco Duarte, de 22 — foram enterradas sob forte comoção e indignação no Cemitério da Saudade. A sexta vítima, Patrícia Fontana Rieper, de 19 anos, já havia sido sepultada no Cemitério Parque das Oliveiras.
À noite, cerca de 50 pessoas ainda faziam um protesto na avenida Japão, com barreiras de fogo. A polícia usou bombas de efeito moral para dispersar o grupo.