Esquema de fraude na prefeitura passou a ter "controle central" em 2010, diz MP
Em depoimento, Luís Alexandre Magalhães contou como funcionava a hierarquia do sistema
São Paulo|Bárbara Garcia, do R7
Os promotores Cesar Dario Mariano da Silva e Roberto Bodini, responsáveis pela investigação da máfia do ISS (Imposto sobre Serviços), afirmaram que o esquema organizado por auditores fiscais da Prefeitura de São Paulo funcionou de forma diferente em dois grandes momentos: de 2007 a 2009, quando não havia controle central, e a partir de 2010, quando a organização foi centralizada pelo auditor Ronilson Bezerra Rodrigues.
As informações foram dadas por outro auditor envolvido na fraude, Luís Alexandre de Magalhães, em depoimento ao MP (Ministério Público) nesta quinta-feira (14). Magalhães colabora com o inquérito para receber o benefício da delação premiada (mediante redução de pena).
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De acordo com o auditor, abaixo de Ronilson ficava Eduardo Horle Barcellos, depois Amilcar José Cançado Lemos e, por último, ele mesmo. Nessa época, o dinheiro pago pelas empresas era entregue na casa de Ronilson.
Mais cinco citados
Em coletiva de imprensa realizada na tarde de hoje, os promotores afirmaram que mais cinco novos nomes foram citados no depoimento e entraram na investigação do MP. Silva disse que não pode revelar os nomes nem as respectivas funções das pessoas mencionadas, pois depende das investigações da CGM (Controladoria Geral do Município).
— Estou checando com a CGM e muito provavelmente será instaurado um inquérito civil para apurar enriquecimento ilícito das novas pessoas mencionadas. Eu prefiro não citar nomes até porque são diversos fiscais, ele não se lembra quantos [Magalhães].
Atualmente, atuam no caso os promotores Roberto Bodini, Cesar Dario Mariano da Silva e Marcelo Milani.