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Estrutura para bicicletas em São Paulo não é planejada, dizem ciclistas

Apesar de a prefeitura ter cumprido metas, falta qualidade e visão

São Paulo|Vanessa Sulina, do R7

Trecho da Ciclovia Braz-Leme. Atualmente, capital paulista tem quase 204 km de vias para ciclistas, mas grande parte não é interligada
Trecho da Ciclovia Braz-Leme. Atualmente, capital paulista tem quase 204 km de vias para ciclistas, mas grande parte não é interligada Trecho da Ciclovia Braz-Leme. Atualmente, capital paulista tem quase 204 km de vias para ciclistas, mas grande parte não é interligada

Nos últimos quatro anos da gestão Gilberto Kassab (PSD), a meta anunciada de construir mais 100 km de ciclofaixas e ciclovias em São Paulo foi cumprida, de acordo com levantamento da Rede Nossa São Paulo (ONG que faz o monitoramento da administração municipal). Porém, mesmo com a capitar tendo dado alguns passos em busca da melhoria da mobilidade urbana, ciclistas profissionais e ativistas colocam em cheque a atual estrutura para bicicletas na cidade e afirmam que falta “planejamento e qualidade”. 

Para o ciclista e fundador da Bike Angel, João Paulo Amaral, apesar da expansão das vias para bicicletas, São Paulo ainda não tem uma malha viária que possa ser considerada “uma rede” e está “longe de contemplar um sistema de mobilidade urbana”. 

— Fazendo uma analogia, é como se fosse um monte de ruas sem saída. Ou seja, o ciclista consegue fazer o percurso de 5 km a 10 km e depois, quando acaba a rota, ele tem que se virar. 

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Além da falta de conxões do sistema, o diretor-geral da Ciclocidade (Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo), Tiago Benicchio, afirma faltar continuidade nas ações da administração municipal. 

— A ciclorrota de Moema, por exemplo, tem 4 km ou 5 km. É muito pouco. É preciso suprir essa carência de planejamento, de ver a bicicleta como transporte para a cidade. Isso é uma questão crônica. O que existe hoje são iniciativas isoladas, como a Ciclofaixas de Lazer [que liga os principais pontos turísticos do centro da cidade]. 

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Baixa qualidade

Na opinião de Benicchio, o que foi feito pela administração municipal é de “muito baixa qualidade”. Segundo ele, nas ciclorrotas, falta sinalização para o ciclista. Já as ciclovias têm problema de extensão. 

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— Além disso, há uma concepção da década de 80 de colocar as ciclovias no canteiro central e não nas bordas das pistas. Isso traz problemas para o ciclista acessar o bairro. Ele precisa procurar uma faixa de pedestres para sair da ciclovia e poder ir até uma padaria, um restaurante ou alguma coisa que esteja na extensão daquela avenida.

Na avaliação do ciclista, as ciclofaixas de lazer - que funcionam aos domingos e feriados - também têm problemas estruturais. 

— A pintura no solo, que diz que "funciona aos domingos das 7h as 16h", não é óbvia. Um gringo, por exemplo, não entende o que isso quer dizer. Seria menos custoso e melhor colocar um símbolo de uma bicicleta a isolar com cones.

Conscientização

Ainda de acordo com Amaral, a Prefeitura de São Paulo também não investiu em campanhas de incentivo ao uso da bicicleta e de conscientização dos motoristas de carros.

— O motorista de SP é educado, mas ele anda, por exemplo, em vias de alta velocidade e os ciclistas têm que disputar com ele. Acho que a cidade está muito longe da questão de mobilidade sustentável.

De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), atualmente SP conta com com cerca de 204 km de infraestrutura cicloviária, sendo 60,4 km de ciclovias; 82 km de ciclofaixa de funcionamento temporário (lazer); 3,3 km de ciclofaixa definitiva (Moema); e 58 km de rotas de bicicletas (ver mapa abaixo).

A companhia não comentou as declarações dos ciclistas.

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