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Alckmin não admite racionamento, mas paulistas já sentem falta de água

Cortes noturnos mudam rotina de moradores da capital

São Paulo|Do R7

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A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de SP) e o governo Alckmin garantem que não há racionamento de água na região metropolitana de São Paulo, mas em alguns bairros visitados pelo R7 moradores já têm que mudar alguns hábitos para não sofrer com o desabastecimento. As queixas são de cortes diários entre 21h e 6h   Reportagem: Fernando Mellis, do R7  
Questionado logo que começaram os primeiros relatos de falta de água durante a noite, há cerca de um mês, o governador Geraldo Alckmin manteve a versão que continua sendo defendida pela Sabesp. — Hoje, nós não temos nenhum racionamento
No entanto, um documento interno da Prefeitura de São Paulo mostra que a Sabesp está reduzindo em 75% a pressão da água fornecida na cidade entre 0h e 5h. Segundo o ofício, essa diminuição dificulta o abastecimento em regiões acima de 10 m de altura. O secretário municipal de Governo, Chico Macena, disse que falta "transparência" à companhia. A empresa nega que essa seja uma forma de racionamento. O diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, reagiu e disse que é "no mínimo lamentável que gestores públicos usem uma reunião de natureza técnica para deturpar declarações com objetivos político-eleitorais"
Em meados de março, a dona de casa Janete De Bovi percebeu que no fim da noite já não podia contar com água em algumas torneiras da casa onde mora, no Butantã, zona oeste da capital. Ela conta que às 22h só pode contar com o que há de reserva na caixa d’água. Por volta das 6h, a água retorna com um forte cheiro de cloro. — Agora eu uso a água que sobra da máquina de lavar roupas para jogar no quintal, mas não é sempre que dá. Hoje, por exemplo, tive que usar a mangueira, porque tenho cachorro 
Se gastar muita água durante o dia, Ivonete de Carvalho sabe que a caixa não vai encher à noite. Ela também mora no Butantã, bairro atendido pelo Sistema Guarapiranga, que tinha nesta segunda-feira (21) 79,1% do volume armazenado. — Eu economizo ao máximo. Sempre lavo o quintal com a água que sai da máquina, o banho também é rápido. A situação não está fácil
Mesmo que tente economizar, nesta segunda-feira, Vanir Fátima acabou recorrendo à mangueira para lavar um tapete. Fora isso, ela garante que economiza água ao máximo, principalmente depois que passou a sofrer com os cortes noturnos. — Há 30 anos que moro aqui e é a primeira vez que isso acontece. [...] A água que eu bebo é a que vem da rua. Quando começaram a cortar, já cheguei a ter que ferver a água da caixa para poder beber, porque nunca nos avisaram, o que é pior. Hoje, eu já sei e reservo sempre para poder tomar quando falta na torneira
Na Freguesia do Ó, zona norte, moradores também admitem que sofrem com falta de água à noite. A região é atendida pelo Sistema Cantareira, que chegou a 12% do nível de armazenamento, e é o mais crítico de todos os reservatórios que abastecem a região metropolitana. Ciente da situação, Vera Aparecida diz que já mudou os hábitos. — Agora só lavo a garagem com o balde e, no máximo, uma vez por semana. Na última conta, já tive desconto por economizar
Ainda que falte água em algumas horas do dia, o R7 flagrou desperdício na zona norte da capital. Na avenida General Edgar Facó, em Pirituba, um homem que tinha lavado a moto e a garagem com uma mangueira ainda jogava água na calçada. Em outra rua, um morador também aproveitou o dia de sol para lavar, com a mangueira, o carro. Outro registro mostra o funcionário de uma empresa contratada pela Prefeitura de São Paulo para obras no largo da Matriz esbanjando água
Uma moradora da Freguesia do Ó disse que não percebe se falta água porque tem caixa na casa, mas não se mostrou preocupada em reduzir o desperdício. — É rapidinho. Não deixo a torneira aberta por muito tempo
Questionada sobre a falta de água nos bairros onde a reportagem esteve, a Sabesp diz que “devido a manobras técnicas operacionais para a transferência de vazões dos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê, atualmente abastecidos pelo Sistema Cantareira, poderão ser constatadas eventuais intermitências no fornecimento de água, em especial nos pontos mais altos”

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A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de SP) e o governo Alckmin garantem que não há racionamento de água na região metropolitana de São Paulo, mas em alguns bairros visitados pelo R7 moradores já têm que mudar alguns hábitos para não sofrer com o desabastecimento. As queixas são de cortes diários entre 21h e 6h   Reportagem: Fernando Mellis, do R7  
Questionado logo que começaram os primeiros relatos de falta de água durante a noite, há cerca de um mês, o governador Geraldo Alckmin manteve a versão que continua sendo defendida pela Sabesp. — Hoje, nós não temos nenhum racionamento
No entanto, um documento interno da Prefeitura de São Paulo mostra que a Sabesp está reduzindo em 75% a pressão da água fornecida na cidade entre 0h e 5h. Segundo o ofício, essa diminuição dificulta o abastecimento em regiões acima de 10 m de altura. O secretário municipal de Governo, Chico Macena, disse que falta "transparência" à companhia. A empresa nega que essa seja uma forma de racionamento. O diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, reagiu e disse que é "no mínimo lamentável que gestores públicos usem uma reunião de natureza técnica para deturpar declarações com objetivos político-eleitorais"
Em meados de março, a dona de casa Janete De Bovi percebeu que no fim da noite já não podia contar com água em algumas torneiras da casa onde mora, no Butantã, zona oeste da capital. Ela conta que às 22h só pode contar com o que há de reserva na caixa d’água. Por volta das 6h, a água retorna com um forte cheiro de cloro. — Agora eu uso a água que sobra da máquina de lavar roupas para jogar no quintal, mas não é sempre que dá. Hoje, por exemplo, tive que usar a mangueira, porque tenho cachorro 
Se gastar muita água durante o dia, Ivonete de Carvalho sabe que a caixa não vai encher à noite. Ela também mora no Butantã, bairro atendido pelo Sistema Guarapiranga, que tinha nesta segunda-feira (21) 79,1% do volume armazenado. — Eu economizo ao máximo. Sempre lavo o quintal com a água que sai da máquina, o banho também é rápido. A situação não está fácil
Mesmo que tente economizar, nesta segunda-feira, Vanir Fátima acabou recorrendo à mangueira para lavar um tapete. Fora isso, ela garante que economiza água ao máximo, principalmente depois que passou a sofrer com os cortes noturnos. — Há 30 anos que moro aqui e é a primeira vez que isso acontece. [...] A água que eu bebo é a que vem da rua. Quando começaram a cortar, já cheguei a ter que ferver a água da caixa para poder beber, porque nunca nos avisaram, o que é pior. Hoje, eu já sei e reservo sempre para poder tomar quando falta na torneira
Na Freguesia do Ó, zona norte, moradores também admitem que sofrem com falta de água à noite. A região é atendida pelo Sistema Cantareira, que chegou a 12% do nível de armazenamento, e é o mais crítico de todos os reservatórios que abastecem a região metropolitana. Ciente da situação, Vera Aparecida diz que já mudou os hábitos. — Agora só lavo a garagem com o balde e, no máximo, uma vez por semana. Na última conta, já tive desconto por economizar
Ainda que falte água em algumas horas do dia, o R7 flagrou desperdício na zona norte da capital. Na avenida General Edgar Facó, em Pirituba, um homem que tinha lavado a moto e a garagem com uma mangueira ainda jogava água na calçada. Em outra rua, um morador também aproveitou o dia de sol para lavar, com a mangueira, o carro. Outro registro mostra o funcionário de uma empresa contratada pela Prefeitura de São Paulo para obras no largo da Matriz esbanjando água
Uma moradora da Freguesia do Ó disse que não percebe se falta água porque tem caixa na casa, mas não se mostrou preocupada em reduzir o desperdício. — É rapidinho. Não deixo a torneira aberta por muito tempo
Questionada sobre a falta de água nos bairros onde a reportagem esteve, a Sabesp diz que “devido a manobras técnicas operacionais para a transferência de vazões dos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê, atualmente abastecidos pelo Sistema Cantareira, poderão ser constatadas eventuais intermitências no fornecimento de água, em especial nos pontos mais altos”

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de SP) e o governo Alckmin garantem que não há racionamento de água na região metropolitana de São Paulo, mas em alguns bairros visitados pelo R7 moradores já têm que mudar alguns hábitos para não sofrer com o desabastecimento. As queixas são de cortes diários entre 21h e 6h   Reportagem: Fernando Mellis, do R7  

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