Vincent tem pouco mais
de 30 anos, mas suas mãos e seus olhos lembram os de um velho que, após
percorrer meio continente americano para chegar ao Brasil procurando um futuro
melhor, não encontrou o que buscava.
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Se minhas pernas pudessem caminhar ...
Vincent tem pouco mais
de 30 anos, mas suas mãos e seus olhos lembram os de um velho que, após
percorrer meio continente americano para chegar ao Brasil procurando um futuro
melhor, não encontrou o que buscava.
—
Se minhas pernas pudessem caminhar cem dias seguidos, hoje eu voltaria ao
Haiti.
É
o mesmo testemunho das centenas de imigrantes haitianos que chegaram a São
Paulo nas últimas semanas após atravessar a fronteira com o Peru e a Bolívia,
onde antes, os esperando, havia um albergue que foi fechado neste mês e no qual
recebiam cama, alimentação e documentos. O que significava o fim do pesadelo se
transforma novamente em desespero e incerteza para os haitianos que chegam a
São Paulo, como conta um desses estrangeiros que, como a maioria, prefere ficar
no anonimato.
—
Quando chegamos ao Brasil, não tivemos nenhum problema com a polícia. Aqui nos
deram documentos e, assim, deixamos de ser ilegais
Reportagem: EFE