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Gil Rugai disse que guardou seringas com sangue em casa por "infantilidade"

Réu disse que nunca usou drogas ilícitas e falou de problema de saúde da madrasta

São Paulo|Ana Cláudia Barros e Vanessa Rabelo, do R7

Ex-seminarista contou que seringas seriam utilizadas em tratamento médico
Ex-seminarista contou que seringas seriam utilizadas em tratamento médico DIOGO MOREIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

Sob os holofotes do primeiro grande julgamento do ano no País, Gil Rugai afirmou que nunca usou drogas ilícitas, ao ser questionado pelo juiz Adilson Paukoski sobre as seringas com sangue encontradas pela polícia no quarto dele. O réu justificou que guardou o material “por infantilidade”.

Rugai mencionou um acidente, ocorrido anos antes, em que a madrasta Alessandra de Fátima havia quebrado o braço. Segundo contou, ela teve uma infecção óssea e precisou de cirurgia. Depois, passou a receber antibiótico injetável quando já estava em casa.

O tratamento inicialmente foi feito pelo tio de Gil, que é médico, e por uma enfermeira. O acusado contou que passou a treinar para que pudesse, ele mesmo, aplicar as injeções. De acordo com o réu, o pai teria dito que o procedimento não deveria ser “tão difícil assim”. Por essa razão, Gil se ofereceu para tentar.

Antes, disse, teria começado a praticar nele mesmo; por isso, teria retirado o próprio sangue. Questionado sobre o motivo de não ter descartado as seringas, declarou:


— Foi infantilidade minha. Não sei por que. Por besteira minha, resolvi guardar.

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Edema

Gil Rugai foi indagado pelo magistrado se, alguns dias antes do crime, havia sofrido algum acidente. Ele respondeu que não e que, na época, também não fazia atividade física.


Em seguida, o juiz citou a lesão identificada em um dos pés do acusado por um médico legista, após o duplo homicídio. O profissional, que também foi chamado para depor no julgamento, constatou um edema intraósseo (acúmulo de água dentro do osso) agudo.

Segundo o médico, a lesão era característica de uma contusão por impacto. Na época da investigação, a perícia concluiu que a marca encontrada na porta arrombada da sala de TV onde estava uma das vítimas era compatível com o sapato de Rugai. O edema seria uma consequência do chute. O médico, entretanto, destacou que não poderia especificar qual seria o tipo de trauma.

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Gil disse que foi informado da lesão pela advogada na época e que chegou a levantar algumas hipóteses, mas não chegou a uma conclusão.

— Não tenho ideia do que causou a lesão.

Ele também afirmou que não deu o chute na porta em questão.

— Eu sei que eu não chutei aquela porta. Eu não estava lá naquela noite. Agora, como o laudo chegou a essa conclusão, eu realmente desconheço.

Este é o quarto dia de julgamento de Gil Rugai, acusado de matar o pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta, Alessandra de Fátima, em 2004. O júri ocorre no Fórum Criminal da Barra Funda.

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