Reafirmando ser inocente, Gil Rugai diz que não sabe quem matou o pai e a madrasta
Ao júri, ele afirmou que desistiu de pensar em quem teria interesse no crime
São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7
Acusado de assassinar o pai e a madrasta em março de 2004, Gil Rugai reiterou, nesta quinta-feira (21), que é inocente e disse que não saberia apontar quem teria interesse em cometer o crime. A declaração foi dada ao ser interrogado pelo juiz Adilson Paukoski, no Fórum Criminal da Barra Funda, onde é julgado pelo duplo homicídio. Este é o quarto dia do júri.
— Quando se está preso, o que mais se tem é tempo. Fiquei pensando em quem poderia ter feito isso. Pensei, pensei e fiquei meio paranoico.
Rugai disse que decidiu então parar de pensar no assunto. Ao magistrado, descreveu o pai, o publicitário Luiz Carlos Rugai, como uma “pessoa fácil de lidar”, mas que, como chefe, era “muito rígido. Demitia com facilidade”. Já a madrasta Alessandra de Fátima foi descrita como uma pessoa “bem sociável” e que estava sempre de bom humor. Ao mencionar as vítimas, o réu se referiu a elas como "papai" e "Lelê".
Dia do crime
O acusado relatou que no domingo, 28 de março de 2004, data do duplo homicídio, passou a tarde na casa de uma amiga, no Sumaré, e, por volta das 21h, saiu do local. De lá, deslocou-se para um shopping na região central, onde pretendia assistir a um filme, na sessão de 21h30, mas desistiu em função da longa fila.
Depois, foi até a empresa dele, nos Jardins. Indagado pelo juiz o que o teria motivado a ir em um domingo à noite para o escritório, ele respondeu que passava bastante tempo na empresa, até em momentos de lazer.
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O réu contou que no prédio encontrou a esposa do zelador, e, em seguida, já na empresa, trocou de roupa porque estava chovendo e ele teria se molhado. Disse ainda que uma outra amiga e o namorado dela foram até a produtora para buscá-lo. Os três haviam marcado um jantar em uma cantina nas imediações. O horário, segundo ele, era por volta das 23h.
Depois do jantar, o casal deixou Rugai na casa da mãe dele, também em Perdizes, mesmo bairro onde ficava a mansão em que o pai e a madrasta foram mortos.