Grupo invade Instituto Royal, rende vigias e leva camundongos
A polícia de São Roque confirmou a ocorrência; ninguém foi detido até o momento
São Paulo|Do R7, com TV Record Sorocaba
Um grupo de cerca de 40 pessoas invadiu o Instituto Royal, em São Roque, na madrugada desta quarta-feira (13) e levou os camundongos que ainda estavam no laboratório da empresa. De acordo com informações da TV Record Sorocaba, os três vigias que estavam no local foram rendidos — um deles chegou a ser amarrado com o cadarço do calçado que utilizava.
As pessoas estavam encapuzadas e portavam facas, machados, alicates e chaves de fenda. Três carros e uma moto dos funcionários do instituto teriam sido depredados. O grupo pichou o local com as letras ALF, referência ao grupo de libertação animal Animal Liberation Front.
O delegado titular da delegacia de São Roque, Marcelo Sampaio Pontes, confirmou a ocorrência. Segundo ele, o grupo agiu por volta das 3h, danificou o instituto e chegou a ameaçar atear fogo nos vigias. A Polícia Militar foi acionada, mas quando chegou ao local não havia mais nenhum suspeito no instituto. Ninguém foi detido até o momento.
Em nota, o Instituto Royal lamentou o ocorrido e disse que "vinha mantendo contato com o Conselho Nacional de Experimentação Animal (Concea) para cuidar da destinação correta dos animais que permaneciam no local". Ainda no comunicado, a empresa se queixa da "violência física e moral" de que tem sido vítima.
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Fim das atividades
No dia 6 de novembro, cerca de 20 dias após ser invadido por ativistas e ter cerca de 170 cachorros da raça beagle levados do laboratório da empresa em São Roque, o Instituto Royalinformou, em nota oficial, que vai "interromper definitivamente as atividades de pesquisa em animais". A decisão foi tomada em assembleia geral extraordinária realizada entre seus associados.
De acordo com a empresa, "tendo em vista as elevadas e irreparáveis perdas e os danos sofridos em decorrência da invasão realizada no último dia 18 — com a perda de quase todo o plantel de animais e de aproximadamente uma década de pesquisas —, bem como a persistente instabilidade e a crise de segurança que colocam em risco permanente a integridade física e moral de seus colaboradores, os associados concluíram que está irremediavelmente comprometida a atuação do Instituto Royal para dar continuidade à realização pesquisa científica e testes mediante utilização de animais".