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Imagem reforça suspeita sobre padrasto em morte de Joaquim

Polícia investiga uma possível superdosagem de insulina na criança, que era diabética

São Paulo|Do R7

Corpo de Joaquim foi encontrado boiando em Barretos
Corpo de Joaquim foi encontrado boiando em Barretos

Imagens de duas câmeras de segurança, o rastro seguido por um cão farejador e os depoimentos da mãe do menino Joaquim Ponte Marques, de três anos, encontrado morto em um rio neste domingo (10), após seis dias de desaparecimento, reforçam as suspeitas da Polícia Civil de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, sobre o envolvimento do padrasto Guilherme Rayme Longo, de 28 anos, no crime. Longo e a mãe de Joaquim, a psicóloga Natália Mingone Ponte, de 29 anos, estão presos.

A principal suspeita da polícia é uma possível superdosagem de insulina na criança, que era diabética. Em depoimento prestado após a prisão, no domingo, a mãe mudou a versão sobre o relacionamento com Longo e revelou ameaças e conflitos envolvendo a criança. De acordo com o que Natália afirmou ao delegado Paulo de Castro, o companheiro disse que chegou a autoaplicar duas doses da insulina usada pelo menino.

Depois que a polícia requereu a entrega do aparelho usado para aplicar as doses na criança, Longo teria dito que usou pelo menos 30 doses do remédio. A afirmação do padrasto, de que autoaplicou a insulina, pode ter sido feita para acobertar a superdosagem na criança, seguno o promotor Marcus Túlio Nicolino, que acompanha o caso. 

— Todas as provas levantadas até agora e os depoimentos da mãe, que depois de ser presa, mudou sua versão sobre o relacionamento com o companheiro, reforçam as suspeitas sobre o casal. 


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Joaquim desapareceu de casa na madrugada do dia 4. O casal afirmou para a polícia, no dia do desaparecimento, que eles estavam na residência onde moram há quatro meses e que ela foi dormir e o padrasto ficou acordado para pôr a criança na cama, por volta da meia-noite.

Longo, usuário de drogas, declarou que saiu naquela madrugada para comprar cocaína, ficou fora por cerca de 40 minutos, não encontrou a droga e voltou para casa, de acordo com o delegado.


— Ele disse que encontrou o portão aberto, mas entrou e não deu conta do sumiço da criança.

Segundo a versão do casal, a mãe percebeu o desaparecimento por volta das 7h, quando foi aplicar uma dose de insulina na criança. O casal acompanhou as buscas da polícia durante toda semana.

Corpo

O corpo do menino foi encontrado no domingo boiando no Rio Pardo, em Barretos. Exame feito pelo IML (Instituto Médico Legal) comprovou que Joaquim foi jogado no rio já sem vida, pois não havia água nos pulmões. A mãe, que conheceu Longo na clínica de recuperação onde ele estava internado, defendeu a inocência do companheiro até a prisão, no domingo. Nos novos depoimentos, colhidos na noite do domingo e na tarde desta segunda-feira, Natália revelou que o casal brigava e que o companheiro via a criança como um empecilho na vida deles.

Nos depoimentos, Natália afirma que Longo tratava a criança como "um pedacinho do Arthur", o pai biológico da criança, Arthur Paes. E que ela pensava em se separar, mas teria sofrido ameaças. "Se você for embora, eu te acho até no inferno", teria dito o padrasto.

Um cão farejador da polícia identificou rastros do padrasto em um trajeto de sua casa até um ponto na beira do Rio Pardo, onde a polícia acredita que a criança tenha sido jogada. Imagens de duas câmeras de segurança obtidas pela polícia, e mantidas em sigilo, mostram sem identificar uma pessoa passando pelo local com um pano escuro e voltando sem nada.

Natália e Guilherme estão em prisão temporária, decretada desde este domingo, depois que o corpo de Joaquim foi encontrado no Rio Pardo, próximo a um rancho, em Barretos. Há hematomas no corpo, mas o delegado explica que ainda é cedo para dizer que Joaquim foi agredido.

— Não podemos atribuir sem o laudo da criminalística esses hematomas no corpo a uma agressão. Eles podem ter ocorrido depois que o corpo foi jogado no rio.

O delegado também não descarta a participação da mãe na morte da criança.

— Ela ainda é suspeita.

O advogado de Longo, Antonio Carlos de Oliveira, não teve acesso ao inquérito policial e disse que não poderia comentar o caso. Ele vai pedir à Justiça acesso aos documentos.

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