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Investigação da morte de estagiária de direito tem reviravolta e novas revelações 

Polícia descarta tentativa de estupro e relaciona tragédia a uso de medicamentos

São Paulo|Lumi Zúnica, para o R7

Viviane Wahbe caiu do 7º andar do prédio onde morava, no Morumbi
Viviane Wahbe caiu do 7º andar do prédio onde morava, no Morumbi

A investigação policial da morte da estagiária de direito Viviane Alves Guimarães Wahbe teve uma surpreendente reviravolta. Viviane, 22 anos, estagiária de um dos num maiores escritórios de advocacia do País, morreu no dia 3 de dezembro de 2012 às 5h30 da madrugada ao despencar do 7º andar no edifício em que morava com a mãe e a irmã na zona oeste de São Paulo.

Nas investigações, a polícia descobriu que no dia 27 de janeiro deste ano, a estudante Vivian Taneguti Javonne, 19 anos, amiga de Viviane Alves, moradora do mesmo edifício e vizinha do mesmo andar, morreu nas mesmas circunstâncias que a amiga, 55 dias depois. No dia da morte, Vivian Taneguti teria discutido com o namorado, chorado muito e por volta das 2h da madrugada, acordou a mãe e pediu um lanche. Depois, ela teria saltado da sacada e morrido.

As duas moças fizeram uso de medicamentos com bulas que alertam para possível indução ao suicídio, ou “ideação suicida”, como é descrito tecnicamente pela indústria farmacêutica. Viviane Taneguti fazia uso de um medicamento antipsicótico.

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Ambas tinham fixação com beleza. Viviane Alves era filha de um conhecido empresário de modelos em São Paulo e Vivian Taneguti, filha de uma médica dermatologista e chegou a ser personagem de uma reportagem sobre cirurgias plástica na adolescência em 2010. Na época com 16 anos, convenceu os pais a colocar próteses para aumentar os seios.

As investigações sobre o suposto suicídio de Viviane Alves Guimarães apontavam para duas prováveis motivações. A primeira, de ter sido estuprada por um colega durante uma festa do escritório realizada no dia 23 de dezembro do ano passado numa conhecida casa de eventos de São Paulo, o que teria levado a entrar em depressão e tirar a própria vida. Cogitou-se até que a violência tivesse acontecido no interior do táxi que a estagiária e o colega tomaram ao deixar a festa.


Mas esta hipótese foi descartada pela polícia em base ao resultado dos laudos do IML (Instituto Médico Legal) e da Polícia Científica. Não foram encontradas lesões ou indícios de violência sexual, além das gravações de câmeras de segurança do local do evento mostram Viviane agindo normalmente, inclusive na saída da festa e no momento de subir ao táxi. O horário aproximado da saída foi às 4h32 da madrugada do dia 24, quando Viviane postou um torpedo para a colega chamada Amália dizendo “Ma, estou na fila do táxi”.

De outro lado, a hipóteses de assédio sexual por parte de um chefe esta sendo considerada improvável. O chefe apontado como suspeito assumiu o cargo no dia 14 de dezembro. Neste mês, Viviane se ausentou ao trabalho entre os dias 16 e 20 e teve contato com ele apenas nos dias 15, 21 e 22, tempo curto demais, segundo a polícia, para se estabelecer uma relação ao ponto de induzir alguém a se matar.

Viviane começou a apresentar sinais de depressão no dia 24, chegando a contar para a mãe que se sentia suja por dentro e que fora estuprada, mas não deu detalhes nem nomes.

Na noite do dia 1º de dezembro, Viviane foi levada pela mãe até um hospital na região do Morumbi, onde a médica de plantão indicou uma série de exames e receitou “medicamentos à base de topiramato”, utilizado em anticonvulsionantes indicados para combate a epilepsia e enxaqueca.

Ao sair do hospital pouco após a meia noite, passaram por uma farmácia para comprar o remédio à base da substância topiramato, que foi ingerido por Viviane por volta de 1h30 da manha do dia 2. No dia 3, de acordo com a investigação, Viviane teria começado a ter alucinações auditivas afirmando que tinha alguém a chamando. Por volta das 20h, não reconheceu a mãe, que a levou até a casa do pai à meia-noite, retornando ao apartamento às 2h45 da madrugada.

Já em casa, Viviane teria ficado nua na sala e avisou que iria descer porque tinha alguém a chamando embaixo. Isto se repetiu pelo menos três vezes até a mãe convencê-la a colocar a roupa e ir dormir. Três horas depois, às 5h30 da manhã, Viviane despencou nua da sacada do apartamento.

Outro lado

Apesar de várias tentativas, a família da estagiária Viviane não foi encontrada para falar sobre os novos rumos das investigações. O pai de Vivian falou durante vinte minutos com a reportagem. Disse que não queria que seu nome fosse citado e afirmou apenas que os laboratórios que vendem remédios deveriam estar preparados para auxiliar pacientes que são vítimas de efeitos colaterais. 

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