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IPTU mais caro em bairro periférico tem primeiro aval na Câmara de SP

Proposta polêmica ainda depende de maioria em segunda votação para ser encaminhada à sanção do prefeito Ricardo Nunes

São Paulo|

IPTU mais caro em bairro periférico tem primeiro aval na Câmara de São Paulo
IPTU mais caro em bairro periférico tem primeiro aval na Câmara de São Paulo IPTU mais caro em bairro periférico tem primeiro aval na Câmara de São Paulo

Os vereadores de São Paulo aprovaram em primeiro turno, na terça-feira (19), um projeto de lei apresentado pela gestão Ricardo Nunes (MDB) no começo do mês que prevê mudanças na Planta Genérica de Valores do Município. A mudança resulta em alterações na cobrança de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza e ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis).

A proposta ainda depende de maioria em segunda votação para ser encaminhada à sanção da prefeitura. Ela tem sido criticada por parte das bancadas, como PSOL, PT e Novo, por implicar aumento mais elevado nos bairros periféricos, o que foi demonstrado por meio de um levantamento da bancada petista.

Material apresentado pela prefeitura estima que a mudança pode levar a um aumento de IPTU para cerca de 65% dos contribuintes. A gestão Nunes tem afirmado que as alterações propostas no PL serão aplicadas à cobrança de IPTU a partir de 2024, pois o PL tem um dispositivo que prevê o reajuste limitado ao índice da inflação nos próximos dois anos, cuja aplicação depende de decreto municipal.

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No último ano, o imposto não teve aumento e, nos dois anteriores (2019 e 2020), o acréscimo foi de 3,5% de modo uniforme. A mudança prevista no PL é, contudo, variável de acordo com as características da construção, como de área e arquitetura (que vai de A, a mais baixa, até E), região (com três subdivisões) e finalidade (residencial ou não residencial).

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Com base na lei de 2017 e na atualização dos valores com os reajustes posteriores, a bancada do PT identificou que os maiores aumentos previstos pelo PL são em construções na Zona Fiscal 3 (os bairros mais afastados da região central) e de menor área. Isso significa, por exemplo, que uma casa de periferia de até 80 metros quadrados terá um reajuste de 89,2%, enquanto uma residência horizontal entre 301 e 500 metros quadrados na região central terá um aumento de 2,7% (e outras de medidas superiores terão até redução no imposto).

Comércio

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A situação se repete entre os comércios. Um comércio horizontal de padrão "A" (classificação para aqueles que têm até dois pavimentos, alvenaria simples e instalações sanitárias mínimas) terá um aumento de 72,6% a 101%, a depender da localização. Já um comércio horizontal de padrão "E" (o mais alto, com infraestrutura mais qualificada) não sofrerá reajuste ou terá redução de 6,1% no imposto, a depender da localização.

Se aprovado, o PL também modificará as regras de isenção de IPTU para aposentados e pensionistas, que não poderão ter outro imóvel em nenhum município do país (e não somente na capital paulista, como é hoje) e deverão utilizar o único que possuem como residência.

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Para proprietários em geral, a isenção ficará restrita aos imóveis (exceto unidades autônomas de condomínio tributadas como garagem e estacionamentos comerciais) de até R$ 120 mil de valor venal e às residências de até R$ 230 mil (classificadas como padrões A, B ou C, de acordo com os termos da Lei 10.235/86). A liberação do pagamento do imposto terá como base os novos valores previstos pelo PL.

Além disso, a proposta também afetará a tarifa da Cosip (Contribuição de Serviço de Iluminação Pública). A contribuição passará a ser incluída na conta mensal de energia elétrica, cujo valor será calculado a partir do consumo mensal e se o imóvel é residencial.

A Planta Genérica de Valores estabelece os valores do metro quadrado de imóveis, tanto terrenos quanto construções. Uma lei municipal determina que seja revista pelo governo a cada quatro anos, com envio de PL à Câmara até 15 de outubro do primeiro ano do respectivo mandato.

O PL teve 34 votos favoráveis, 19 contrários e 1 abstenção na primeira votação. Ele foi criticado por vereadores do PT, do PSOL e do Novo. Antes de voltar para o plenário, o texto pode passar por alterações e será submetido a duas audiências públicas, uma delas marcada para a próxima segunda-feira.

Vereadores ligados ao governo têm destacado que Nunes prometeu que o IPTU não terá aumento real nos próximos dois anos, restringindo-se a um ajuste pela inflação. Por outro lado, entre os contrários, há o argumento de que a mudança vai onerar majoritariamente a população da periferia e de classe baixa. O Estadão procurou a prefeitura, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

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