Jovem baleado pela PM em protesto é internado novamente
Fabrício Chaves está com infecção urinária em decorrência de lesões causadas por tiros
São Paulo|Do R7
O jovem Fabrício Proteus Nunes Fonseca Mendonça Chaves, de 22 anos, baleado pela Polícia Militar durante o protesto contra a Copa no dia 25 de janeiro, voltou a ser internado na Santa Casa de São Paulo na manhã desta quinta-feira (20).
De acordo com a assessoria do hospital, ele apresenta infecção urinária em decorrência de lesões causadas por tiros na região genital e não tem previsão de alta.
O jovem foi baleado no tórax e na região genital por dois policiais militares na rua Sabará, em Higienópolis, região central de São Paulo, e chegou a ser internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
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Versões
As versões do advogado de defesa de Chaves, André Luiz Zanardo, da ONG Advogados Ativistas, e dos policiais militares ainda são conflitantes. Para Zanardo, a justificativa dos disparos é “absurda” e “desproporcional”.
— Parte da versão dos fatos que eles relataram é que ele estivesse com coquetel molotov na mão. É preciso ter proporcionalidade na ação, então, a primeira pergunta que faço é se ele estava aceso ou apagado. Se estivesse apagado, não oferece risco. O risco do objeto é muito pequeno, (Chaves) poderia ser contido com gás de pimenta no caso. Se começarem a se justificar, acusando todos de serem black blocs, aí você está legitimando um massacre da PM? É complicado.
Segundo a versão dos PMs, Chaves e outro homem – que seriam black blocs – foram abordados durante patrulhamento na Consolação, mas tentou fugir. Ele acabou contido pelos agentes, que pediram para ver a mochila do rapaz, na qual teriam encontrado um artefato explosivo, que seria um coquetel molotov. Chaves teria então fugido, sendo perseguido.
Ainda conforme informaram os PMs, Chaves então sacou um estilete que estava no bolso da calça e tentou atacar um dos agentes, mas acabou baleado pelos policiais. Mesmo ferido, o rapaz ainda teria tentado fugir mais uma vez.