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Laudo da nova avaliação psiquiátrica de Champinha deve sair em 30 dias

Há dez anos, jovem comandou sequestro e morte de casal Liana Friedenbach e Felipe Caffé

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7

Jovem, que já cumpriu medida socioeducativa, está internado em Unidade Experimental de Saúde, na zona norte
Jovem, que já cumpriu medida socioeducativa, está internado em Unidade Experimental de Saúde, na zona norte

Peritos do Imesc (Instituto de Medicina Social e Criminologia de São Paulo) terão até 30 dias para concluir o laudo da nova avaliação psiquiátrica feita em Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, que ficou conhecido no País ao comandar o sequestro e o assassinato de um casal de namorados, em 2003. Por meio de nota, a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania confirmou que o exame foi realizado na manhã desta quinta-feira (28), no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

A promotora de Justiça do caso, Maria Gabriela Prado Manssur, informou ao R7 que aguardará o novo parecer para se posicionar. A avaliação pericial havia sido requisistada pela representante do Ministério Público, diante dos reiterados pedidos de liberdade feitos nos últimos anos pela defesa de Champinha, que chegou a apresentar um laudo, não oficial, atestando sanidade mental do jovem. Os peritos do Imesc tiveram que responder a sete quesitos elaborados pela promotora.

De acordo com a Secretaria, quando finalizado, o laudo será remetido ao juiz responsável pelo caso. A pasta afirmou ainda que as “informações sobre a conclusão da perícia serão divulgadas em momento oportuno”.

O crime aconteceu em novembro de 2003, quando o casal Liana Friedenbach, 16 anos, e Felipe Caffé, 19, acampava na zona rural de Embu-Guaçu, a 36 km do centro da capital paulista. Na época, Champinha tinha 16 anos. Ele e comparsas mantiveram as vítimas em cativeiro. Felipe morreu com um tiro na nuca. Liana foi violentada diversas vezes antes de ser esfaqueada até a morte pelo então adolescente.


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Por ser menor de idade na época dos assassinatos, Roberto Cardoso não foi condenado pela Justiça como os demais. A ele, foi aplicada a penalidade máxima prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990), que determina, em caso de atos infracionais graves, a internação de no máximo três anos em unidade específica para menores de 18 anos.


Após o período de internação, o Ministério Público apresentou uma ação de interdição civil, acolhida pela Justiça. Laudo psiquiátrico apontou que Champinha tinha problemas mentais. Por esta razão, ele não foi colocado em liberdade.

O jovem está internado em uma UES (Unidade Experimental de Saúde), na zona norte de São Paulo, criada em 2006 pelo Governo Estadual para abrigar jovens com diagnóstico de transtorno de personalidade que, quando menores de idade, praticaram atos infracionais graves e passaram pela Fundação Casa.


Em abril deste ano, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo protocolou uma ação civil pública, com pedido de liminar, solicitando a extinção da unidade. A procuradoria argumentou, entre outras coisas, que não há acompanhamento médico e assistencial adequado e que os internos ficam na UES por tempo indeterminado.

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