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MP move ação contra Haddad por suposto desvio de dinheiro de multas

Com redução de velocidade em vias importantes, Prefeitura prevê arrecadar R$ 1,19 bilhão

São Paulo|Do R7

Além de Haddad, são alvos da ação o secretário de Transportes e o ex-secretário municipal de Finanças
Além de Haddad, são alvos da ação o secretário de Transportes e o ex-secretário municipal de Finanças

O MPE (Ministério Público Estadual) entrou com uma ação civil pública na Justiça contra o prefeito Fernando Haddad (PT), o secretário municipal de Transporte, Jilmar Tatto, o ex-secretário municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico, Marcos de Barros Cruz e o Secretário Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico, Rogério Ceron de Oliveira, por desvio de finalidade na utilização do fundo que cuida do dinheiro arrecadado com a aplicação de multas de trânsito na capital.

A ação é movida pela Promotoria do Patrimônio Público e, segundo o promotor Marcelo Milani, o prejuízo aos cofres públicos é de pelo menos R$ 617 milhões. Uma das alegações é que a administração municipal não destina os recursos para a educação no trânsito e o objetivo principal é apenas arrecadar recursos com as multas. Haddad e os demais secretários podem ter os bens bloqueados pela Justiça.

Algumas das peças da ação são uns vídeos que mostram agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e guardas civis metropolitanos nas ruas da capital aplicando multas sem se preocupar em orientar os motoristas.

Prefeitura de São Paulo nunca arrecadou tanto com multas como em 2014


Um dos vídeos, a que o jornal O Estado de S.Paulo teve acesso, mostra dois GCMs na Marginal do Pinheiros, próximo da ponte Eusébio Matoso. Um deles está atrás de uma árvore usando o radar móvel em forma de pistola, enquanto o outro fica na cobertura. A postura dos guardas, segundo policiais ouvidos pela reportagem, é como se estivessem em uma troca de tiros com bandidos. Depois, os GCMs trocam de posição.

No site da prefeitura consta que este ano R$ 904 milhões foram direcionados ao FMDT (Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito). A gestão Haddad gastou R$ 615,8 milhões com a CET em serviços de engenharia de tráfego; R$ 49,6 milhões em manutenção do controle e fiscalização; R$ 30,5 milhões em policiamento, entre outros gastos.


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Segundo o Código Nacional de Trânsito, 5% da arrecadação deve ser destinada ao Fuset (Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito), fato que é questionado pela Promotoria. Depois da implantação da redução da velocidade nas vias da cidade, a prefeitura anunciou que a previsão de arrecadação este ano com multas de trânsito subiu de R$ 901 milhões para R$ 1,19 bilhão.

Em nota, a prefeitura afirmou que "trata-se de uma questão de compreensão por parte do Ministério Público do que é segurança e educação de trânsito. No entendimento da administração municipal, os recursos foram aplicados corretamente e com transparência, de acordo com o Código Brasileiro de Trânsito, com a lei municipal 14.488/2007, o decreto 49.399/2008 e as portarias 1.483/08, 163/13, 198/14 e 133/2015 que regulam o Fundo Municipal de Desenvolvimento do Trânsito. Esse padrão foi seguido por todas as administrações anteriores. Causa estranheza que o MP tenha ajuizado ação apenas contra esta gestão".

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