Mulher que morreu ao lado dos filhos após cratera se abrir em Araraquara era 'mãe cuidadosa'
Grace trabalhava em uma escola havia 20 anos e era uma professora 'exemplar' e 'alegre'. Alunos e colegas lamentam tragédia
São Paulo|Isabelle Amaral, do R7
Morta em um acidente juntamente com os filhos após uma cratera ter se aberto em uma avenida de Araraquara, no interior de São Paulo, a professora Grace Santos Leite, de 52 anos, era conhecida por colegas de trabalho e alunos por ser uma "mãe cuidadosa" e uma profissional dedicada, que conseguia ter um bom relacionamento até com os estudantes mais "indisciplinados".
"Até semana passada, nos últimos dias de aula, estávamos conversando no almoço, e ela me contava dos planos de se aposentar, falava dos filhos gêmeos, de 15 anos, e da Gabi, a filha mais nova, que tinha 10. Ela sempre foi muito calma e serena", descreveu ao R7 a professora Poliana Brandão, que trabalhava com Grace.
Os filhos gêmeos da professora, Luisa e Piero Santos Leite, foram encontrados mortos pelo Corpo de Bombeiros na mesma região onde estava o corpo da mãe. Já a filha mais nova, Gabriela, que também estava no veículo engolido pela cratera, continua desaparecida.
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A mulher, que morava e trabalhava em uma escola de Sorocaba havia mais de 20 anos, acabou morrendo logo após sair de um shopping com os cunhados e os filhos na cidade de Araraquara, também no interior de São Paulo.
O carro onde a família estava foi arrastado para uma cratera que se abriu em uma avenida durante o temporal intenso que ocorreu no município na quinta-feira (29).
Grace foi a Araraquara e disse à colega de trabalho, que está grávida, que voltaria com um presente: um jogo de berço do Mickey e da Minnie, que ela guardava desde que os gêmeos eram bebês. Para Poliana, esse momento marcou muito a amizade das duas.
"Nós fizemos um chá de bebê aqui na escola para mim e foi aniversário dela também no começo de dezembro. Ela trouxe bolo, nós cantamos Parabéns, foi um momento muito gostoso", disse.
Professora que se importava com os alunos
Além de dedicada à família, a mulher era uma profissional exemplar e paciente e, como professora de educação física, costumava promover diversas atividades para enturmar os alunos.
"Apesar de eu ser criança na época, o que mais me marcou foi que eu era bastante indisciplinado, e mesmo assim ela se aproximou. Tivemos um acordo de convivência, e eu fui me apegando com o passar do tempo", revelou Rômulo Freitas, que foi aluno de Grace em 2003, e hoje também se tornou professor, e chegou até a trabalhar com ela por um tempo.
"Cheguei a trabalhar como professor substituto em 2012 e depois em 2019 na mesma escola, e Grace sempre me tratava com muito carinho. No horário de almoço, ela ficava lembrando de quando eu era criança. Ela tinha um sorriso muito doce e era uma pessoa sempre muito agradável e educada", completou Freitas.
Além das características citadas pela colega de trabalho e pelo ex-aluno, Juliana Carvalho, que também teve aulas com Grace, revelou que, apesar de rígida, a professora sempre incentivava os estudantes. "Ela conversava, nos animava, e era bem atenciosa", revelou.
Relembre o caso
O Corpo de Bombeiros localizou cinco corpos das vítimas que foram arrastadas para uma cratera na avenida Padre Francisco Sales Culturato, na cidade de Araraquara, interior de São Paulo, na quinta-feira (29). O asfalto cedeu ao lado de um córrego e um carro teria sido arrastado.
Um veículo foi localizado na região de matagal, totalmente destruído. Na manhã de quarta, um familiar das vítimas havia informado o desaparecimento de um veículo HB20 Sedan, de cor prata.
Segundo ele, seis pessoas estavam no carro, sendo três crianças, e uma ainda está desaparecida. A família teria ido ao Shopping Jaraguá na noite de quarta-feira (28) e não retornou para casa.