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"Não fui eu", diz Gil Rugai ao ser questionado pelo juiz se teria motivos para matar o pai e a madrasta

Acusado responde em liberdade pelos crimes de duplo homicídio qualificado por motivo torpe

São Paulo|Do R7

Gil Rugai começou a ser interrogado na tarde desta quinta-feira
Gil Rugai começou a ser interrogado na tarde desta quinta-feira DIOGO MOREIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

Questionado pelo juiz Adilson Paukoski Simoni, em interrogatório que acontece na tarde desta quinta-feira (20), se teria motivos para matar o pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, o acusado Gil Rugai se limitou a responder: "Não fui eu. Agora quem foi, não sei".

Na última segunda-feira (18), quando começou o julgamento, Gil Rugai afirmou ser inocente na entrada do Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

Gil Rugai responde pelo crime em liberdade e está sendo julgado por duplo homicídio qualificado por motivo torpe. O assassinato de Luiz Carlos e Alessandra ocorreu em 28 de março de 2004. O julgamento acontece no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

O promotor de Justiça Rogério Zagallo disse, também nesta quinta-feira, acreditar que Rugai não irá confessar o crime.


— Eu não espero que ele diga nada além do que já disse. Não espero que ele confesse, mas espero que ele esclareça um pouco melhor a realidade.

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Mais cedo, Rudi Otto, ex-sócio de Gil Rugai, afirmou ter desconfiado que o ex-seminarista estava envolvido no assassinato de Luis Carlos e Alessandra.


Questionado pelo promotor de Justiça, Rogério Zagallo, a testemunha contou que havia visto uma arma dentro de uma "mala de fuga" de Gil Rugai, onde tinha também facas, uma estrela ninja e selinhos com ácidos. Segundo ele, o réu também já havia lhe dito que tinha interesse por cursos de tiros. Quando soube do crime, Otto contou que desconfiou de Gil e foi até o escritório da empresa KTM Comunicação e procurou pela arma, mas não a encontrou.

Relembre o caso

O publicitário Luiz Carlos Rugai, 40 anos, e sua mulher, Alessandra de Fátima Troitino, 33 anos, foram assassinados a tiros dentro da casa onde moravam em Perdizes, zona oeste de São Paulo no dia 28 de março de 2004.

Alessandra foi baleada cinco vezes na porta da cozinha, segundo laudo da perícia. Luiz Carlos teria tentado se proteger na sala de TV. A pessoa que entrou no imóvel naquela noite arrombou a porta do cômodo com os pés e disparou quatro vezes contra o publicitário.

O comportamento aparentemente frio de Gil Rugai, na época com 20 anos, ao ver o pai e a madrasta mortos chamou a atenção da polícia, que passou a suspeitar dele.

Os peritos concluíram que a marca encontrada na porta arrombada era compatível com o sapato de Rugai, que, ao ser submetido pela Justiça a radiografias e ressonância magnética, teria apresentado lesão no pé direito.

Na mesma semana do duplo homicídio, os policiais encontram no quarto do rapaz um certificado de curso de tiro e um cartucho 380 deflagrado, o mesmo calibre da arma usada no assassinato do casal.

As investigações apontaram ainda que ele teria dado um desfalque de R$ 228 mil na empresa do pai, a Referência Filmes, falsificando a assinatura do publicitário em cheques da firma. Poucos dias antes do assassinato, ele foi expulso de casa.

Um ano e três meses após o duplo homicídio, uma pistola foi encontrada no poço de armazenamento de água de chuva do prédio onde o rapaz tinha escritório, na zona sul. Segundo a perícia, seria a mesma arma de onde partiram os tiros que atingiram as vítimas.

Rugai responde pelo crime em liberdade e será julgado por duplo homicídio qualificado por motivo torpe.

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