Nível do Cantareira chega a 11,9% e atinge pior marca da história
Pela primeira vez desde sua criação, em 1974, o sistema fica abaixo de 12% de sua capacidade
São Paulo|Do R7
O volume de água armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira caiu mais uma vez, e chegou à marca de 11,9%. O percentual equivale a pior marca registrada desde 1974, ano em que o Cantareira foi criado. Na última segunda-feira (21), o volume era de 12%, segundo informações divulgadas no site da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou na última segunda-feira (21) que vai utilizar um terceiro manancial que abastece a Grande São Paulo para suprir a crise hídrica do Sistema Cantareira e confirmou que vai cobrar multa ainda neste semestre de quem aumentar o consumo de água.
Em pronunciamento feito no dia 9 de abril, Alckmin afirmou, pela primeira vez desde o início da crise hídrica, que a hipótese de um racionamento de água na Grande São Paulo não está totalmente descartada. O novo secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, também reforçou a mudança de discurso do governo paulista e declarou que a crise da água é mais delicada que a de energia.
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Urgência
No mês passado, o comitê anticrise que monitora o Cantareira recomendou à ANA (Agência Nacional de Águas) e ao DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica) que apoiem as cidades abastecidas pelo manancial na Bacia do PCJ (Piracicaba, Capivari, Jundiaí) na elaboração de um plano de contingência.
O mesmo pedido foi feito à Sabesp, que deve informar o volume de água que vai captar até o fim do ano. Desde janeiro, a empresa já adotou o remanejamento de água de outros sistemas, lançou bônus para quem reduzir o consumo e diminuiu a pressão da água nas madrugadas. No próximo mês, deve começar a captar água do chamado "volume morto" do Cantareira e cobrar multa por aumento do consumo.
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