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No auge da crise, paulistanos terão que cortar 65% do consumo de água

Para especialista em recursos hídricos, consumo diário terá que passar de 150 para 50 litros

São Paulo|Do R7

Moradora da zona leste de São Paulo improvisou um sistema de captação da água da chuva para driblar a torneira seca
Moradora da zona leste de São Paulo improvisou um sistema de captação da água da chuva para driblar a torneira seca Moradora da zona leste de São Paulo improvisou um sistema de captação da água da chuva para driblar a torneira seca

São Paulo enfrenta um dos momentos mais dramáticos de sua história com relação à disponibilidade de água e deve se preparar para um cenário ainda pior. As previsões apontam que a chuva nos próximos meses não serão suficientes para encher os reservatórios, e o rodízio de água será um caminho inevitável.

O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, já afirmou que está preocupado com a quantidade de chuvas e admitiu que o Cantareira, principal manancial de São Paulo, pode secar em março. Os reservatórios do sistema sofreram nesta quinta-feira (22) sua 11ª queda consecutiva e operam com 5,4% da capacidade.

Para o professor titular de Recursos Hídricos da Poli-USP, Mario Thadeu Leme de Barros, caso as chuvas continuem em patamares baixos, as mudanças nos hábitos de consumo deverão ser bastante rigorosas. Segundo estimativas do especialista, será necessária uma economia de água de cerca de 65%.

— Hoje, em São Paulo, um habitante gasta por dia algo em torno de 150 litros de água. Estima-se que o racionamento deverá exigir um consumo máximo diário de 50 litros de água. Deverá ser dada prioridade para beber (2 a 3 litros por dia) e para atividades de higiene, outros usos serão prejudicados e alguns até eliminados.

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Ainda de acordo com Barros, diante desse cenário extremo, alguns usuários deverão ter prioridade, principalmente os hospitais.

— A vida da cidade deverá se adaptar a essa situação, o que pode significar a paralisação de certas atividades cotidianas. Enfim, é uma situação que vai requerer forte participação e diálogo com a sociedade, ação e controle intenso do poder público.

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Para o professor de infraestrutura urbana Antônio Giansante, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o que levou São Paulo a chegar a esse ponto foi a falta de investimentos públicos.

— O governo investiu tanto em tratamento de esgoto, em aprimoramento da coleta, que a água foi deixada de lado. E aí resultou na atual situação.

Já Reynaldo Young Ribeiro, presidente da AESabesp (Associação de Engenheiros da Sabesp), nega que a água irá faltar no Estado de São Paulo. Ele defende a interligação do Rio Paraíba do Sul com o Cantareira para melhorar a situação.

— Vai dar um alívio ao sistema.

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