Novo pedido de prorrogação arrasta o término das investigações do caso Pesseghini
Falta de dados complementares de telefônica ainda cria impasse para a polícia de SP
São Paulo|Thiago de Araújo, do R7
Perto de completar três meses na próxima semana, o caso envolvendo a chacina da família Pesseghini, ocorrida no começo de agosto na Vila Brasilândia, na zona norte de São Paulo, teve acatado um novo pedido de prorrogação para o término do inquérito policial. A informação foi confirmada ao R7 pelo delegado Itagiba Franco, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e pelo Ministério Público.
O juiz Paulo de Abreu Lorenzino, da 2ª Vara do Júri, aceitou a prorrogação por mais 30 dias para o fim das investigações sobre o caso. O pedido é uma necessidade processual, segundo explicou o delegado do DHPP. Franco comentou ainda que o término do trabalho policial depende de um complemento aos dados referentes aos sigilos telefônicos dos celulares encontrados na casa.
— As operadoras demoram mesmo para mandar esses levantamentos, então temos que aguardar.
Entenda o caso da família morta na Vila Brasilândia
Há pouco mais de uma semana, o delegado disse ao R7 que “falta pouco” para que o inquérito seja concluído. Parte dos dados telefônicos já analisados pelos investigadores não alteraram a principal linha de investigação desde o início do caso: Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos, é o único suspeito de matar os pais - a cabo da Polícia Militar Andréia Bovo Pesseghini e o sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Luiz Marcelo Pesseghini -, a avó, Benedita Oliveira Bovo, e a tia-avó Bernardete Oliveira da Silva. Horas depois, o jovem se suicidou.
O promotor Luiz Fernando Bugiga Rebellato, que acompanha o caso por parte do Ministério Público nesse momento, deu parecer favorável à prorrogação dos trabalhos da polícia, segundo informou a assessoria de imprensa do MP. Ele também concordou com a reiteração do pedido feito através de ofício à operadora telefônica Oi, ainda no dia 9 de setembro, para que liberasse dados completos sobre ligações e mensagens de texto de aparelhos vinculados às vítimas. A assessoria de imprensa da empresa foi procurada, mas não atendeu às ligações.
O que foi conversado ou enviado através de telefones celulares nas horas anteriores e posteriores à chacina da família Pesseghini são, para a polícia, importantes no que diz respeito a pontuar detalhadamente os últimos momentos das vítimas e do principal suspeito, Marcelo Pesseghini. Já para quem ainda hoje não acredita ser possível que as mortes tenham tido o adolescente como autor, repousa em tais dados a esperança acerca de uma possível reviravolta no caso.
Os laudos periciais e os quase 50 depoimentos levaram os investigadores do DHPP a não terem dúvidas quanto ao autor dos assassinatos. Além disso, um relatório psiquiátrico produzido pelo especialista forense Guido Palomba também apontou Marcelo Pesseghini como o autor. Segundo o documento do psiquiatra, o que fez o menino de 13 anos matar a família toda e se suicidar é conhecido na medicina psiquiátrica como encefalopatia encapsulada ou sistematizada, doença causada por falta de oxigenação do cérebro.
Relembre o caso: