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Para evitar tumulto, caminhões-pipa recebem escolta 

Concessionária Águas de Itu admite que, em alguns casos, foi necessário acionar segurança

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7

"O caminhão veio uma vez e ainda saiu o maior bafafá", diz Nadir, moradora do Jardim Mundo Novo
"O caminhão veio uma vez e ainda saiu o maior bafafá", diz Nadir, moradora do Jardim Mundo Novo "O caminhão veio uma vez e ainda saiu o maior bafafá", diz Nadir, moradora do Jardim Mundo Novo

Na tentativa de contornar o problema da falta de água em Itu, a concessionária Águas de Itu — que será substituída pela Águas da República — tem utilizado caminhões-pipa no abastecimento da população. Moradores denunciam ao R7 que, em alguns casos, os veículos precisam ser escoltados para evitar tumulto.

Residente do Jardim Novo Mundo, no distrito de Pirapitingui, Mariano Machado afirma que recentemente trabalhou em uma empresa que prestava serviços para a concessionária e que chegou a atuar como motorista de caminhão-pipa. Ele confirma que já presenciou pessoas tentando cercar o veículo.

— Avançam, porque tem gente doente na casa, tem gente de cama, que necessita tomar um banho e não tem água.

Vizinha dele, a dona de casa Nadir Aparecida da Silva, 69 anos, também relata o problema.

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— O caminhão veio uma vez e ainda saiu o maior "bafafá". Foi uma "brigalhada".

De acordo com a concessionária, “houve um pequeno número de casos em que, quando da chegada do caminhão para atender especificamente à demanda de uma determinada rua, vizinhos reclamaram, com o que foi acionada segurança”. A Águas de Itu acrescenta que a recomendação é de que as demandas sejam registradas junto à empresa e enfatiza que as pessoas devem “observar quais os dias em que devem receber o abastecimento, pela programação, ligando para o call center quando isso não ocorrer”.

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Prioridade

A aposentada Márcia Leite, 53 anos, moradora da rua Piauí, no Bairro Brasil, na zona leste de Itu, conta que em apenas uma oportunidade conseguiu receber água do caminhão-pipa da concessionária. 

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— Às vezes, quando chega o caminhão-pipa na rua, vou e mostro meus protocolos [de reclamação de falta d’água]. Apenas uma vez nesse período todo, o rapaz me atendeu. Das outras vezes, eles falaram que o número da minha casa não estava no relatório, no rol das prioridades.

Por meio de sua assessoria de comunicação, a Águas de Itu informa que estavam sendo utilizados, até esta quinta-feira (18), quarenta caminhões-pipa para atender todas as demandas, incluindo os casos pontuais. A partir desta sexta-feira (19), dez novos caminhões-pipa deverão ser usados para abastecimento exclusivo das unidades de saúde, escolas e creches.

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A empresa ressalta que os principais mananciais da cidade estão com reserva muito baixa, havendo alguns com menos de 2% de sua capacidade. “Em função do prolongamento da estiagem, os reservatórios não conseguem se recompor, com o que baixou a produção de água da concessionária”.

Ela destaca ainda que desde quarta-feira (17), um novo esquema de racionamento teve que ser adotado, sendo que o centro foi dividido em três setores e o abastecimento em cada um deles passou a ser de um dia sim, dois não. A região do Pirapitingui foi dividida em dois setores, que têm abastecimento alternado, dia sim, dia não em cada um deles.

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A concessionária argumenta que "que tal fato faz com que aumente o número de reclamações e, consequentemente, a demanda de atendimento por caminhões-pipa, que está sendo feito dentro das possibilidades, o que deve ser melhorado com a contratação dos outros dez veículos”.

Diz ainda que a “orientação da empresa ao pessoal do call center é que, com atenção e respeito, seja explicada a situação aos munícipes”.

Indagada sobre qual grupo é considerado prioritário, a concessionária informou que escolas, unidades de saúde, creches e pontos de maior concentração de pessoas estão na lista.

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