Perito diz que Marcos Matsunaga pode ter sentido dor durante esquartejamento
Em depoimento ao júri, testemunha desmentiu versão de Elize e disse que ela teve ajuda
São Paulo|Peu Araújo, do R7
Terceira testemunha a depor nojulgamento de Elize Mastunaganesta quarta-feira (30), o legista Jorge Pereira de Oliveira foi questionado pela acusação e pela defesa durante a tarde. Ele afirma que a causa da morte de Marcos Matsunaga foi asfixia respiratória com sangue e que a vítima sentiu dor durante o esquartejamento.
— Por comparação com a parte clínica, esse moço sentiu dor [...]
Se houve resposta do corpo, não temos como afirmar porque ele estava inconsciente. Mas teve resposta vital.
Oliveira disse, ainda, que não é possível afirmar se os cortes no corpo da vítima foram feitos com serra ou faca e, em resposta à promotoria, desmentiu a teoria apresentada pela defesa sobre a ordem do esquartejamento.
Segundo o especialista, Elize, depois do tiro, cortou a cabeça e os braços, com a vítima ainda viva e, posteriormente, o abdômen e os joelhos.
— O sangue coagulado [no pescoço e nas axilas] significa uma lesão ‘em vivo’.
Oliveira levanta, ainda, a possibilidade de mais de uma pessoa ter participado do esquartejamento da vítima.
— Quem cortou os membros inferiores não é a mesma pessoa.
Apontando para os cortes no joelho de Marcos Matsunaga, o legista afirma: "Quem efetuou isso daqui tem habilidade."
A diferença dos cortes e possível participação de uma segunda pessoa no esquartejamento e ocultação de cadável é apurada em outro inquérito.
Tipos de cortes em executivo da Yoki indicam que Elize teve ajuda em esquartejamento
Quando foi a vez das perguntas da defesa, que assumiu uma postura mais incisiva que a da acusação, Oliveira deu respostas enxutas e mostrou desconfortonfo. Desde o início do processo, os advogados de Elize tentam derrubar as constatações do laudo do perito, tanto que pediram a exumação do corpo de Marcos.
Elize Matsunaga, de terno cinza e trança no cabelo, manteve-se de cabeça baixa e sem olhar para as imagens durante a fala do legista.
Outro ponto que fugiu ao protocolo foi a discussão entre advogados. Segundo a acusação, a advogada de defesa Roselle Adriane Soglio estava fazendo, com gestos, reações às imagens apresentadas.