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Primeiro dia de julgamento do acusado de matar Bianca Consoli tem bate-boca e troca de farpas

Três testemunhas foram ouvidas nesta terça-feira, no Fórum Criminal da Barra Funda 

São Paulo|Ana Cláudia Barros e Fernando Mellis, do R7

Bianca foi morta em setembro de 2011, na casa onde morava, em SP
Bianca foi morta em setembro de 2011, na casa onde morava, em SP Bianca foi morta em setembro de 2011, na casa onde morava, em SP

O primeiro dia do julgamento do motoboy Sandro Dota, acusado de estuprar e de matar a estudante Bianca Consoli, em 2011, foi marcado por trocas de farpas entre defesa e acusação. Em diferentes momentos, houve bate-boca entre as partes, os ânimos ficaram acirrados e a juíza Fernanda Afonso de Almeida precisou intervir. O júri começou nesta terça-feira (23), no Fórum Criminal da Barra Funda.

Durante o depoimento da segunda testemunha, a delegada Gisele Priscila Capello, que participou do início da investigação do caso, a magistrada chegou a falar para o advogado do réu, Ricardo Martins, que ele fizesse a pergunta e deixasse a testemunha responder.

— Falar em cima da testemunha não é agradável.

Foram ouvidos nesta terça-feira, além da delegada, o investigador Maurício Silva Vestyik e a mãe de Bianca, Marta Consoli.

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Ao fim do primeiro dia, por volta das 22h15, a mãe da vítima avaliou como positivos os depoimentos.

— Eu acredito que hoje foi o primeiro dia de uma vitória que vai vir no final.

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O assistente de acusação, Cristiano Medina, considerou “de extrema importância” a questão levada ao júri por Marta.

— Existia uma testemunha que estava sob sigilo. Essa testemunha não veio hoje porque, segundo a dona Marta, ela foi ameaçada por Sandro Dota.

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A testemunha é uma amiga e confidente de Bianca e teria sido ameaçada logo após a audiência de instrução do caso, antes da decisão se Sandro Dota iria, ou não, a júri popular. Medina contou como teria sido a ameaça.

— Um indivíduo, amigo de Sandro, teria, segundo dona Marta, após a nossa última audiência, pego essa moça, colocado dentro de um carro, em contato telefônico com o Sandro dentro da cadeia. Segundo essa testemunha relatou para a dona Marta, o Sandro teria dito que, se porventura, ela viesse a depor hoje, iria acontecer pior com ela do que aconteceu com a Bianca.

Para o advogado Ricardo Martins, a versão contada no plenário foi “fantasiosa”.

— É possível também que ela não esteja falando a verdade. [...] Vamos dizer que seja verdadeiro que ela [testemunha] tenha presenciado o momento em que ele [Sandro] tenha dito para ela, “olha, que deliciosa que você é”. O que isso, de fato, tem a ver com o processo? Porque você afirmar é uma coisa, você ter base no processo é outra.

Martins também falou sobre o fato de, após não comparecer, a testemunha ter sido dispensada. Segundo ele, a ausência da amiga de Bianca pode ser vista como favorável à defesa.

— Se você não tem uma pessoa de tamanha importância para falar para os jurados isso, até para permitir que a defesa possa, de alguma forma, contraditá-la, perguntar algumas coisas, fica tudo muito subjetivo. 

O crime

O corpo da universitária Bianca Consoli, 19 anos, foi achado pela mãe dela, caído próximo à porta de saída de casa, na zona leste de São Paulo, no dia 13 de setembro de 2011. Segundo a polícia, a jovem foi atacada quando havia acabado de tomar banho e se preparava para ir à academia.

Na cama, os investigadores encontraram a toalha usada pela jovem, ainda molhada. A garota teria reagido à presença do criminoso e começado uma luta escada abaixo. Foram localizadas mechas de cabelo pelos degraus.

Dentro da garganta da jovem, a polícia encontrou uma sacola plástica, usada pelo autor para asfixiar a estudante.

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As investigações apontaram o motoboy Sandro Dota, cunhado da vítima, como o suposto autor do crime. Ele está preso desde o dia 12 de dezembro de 2011.

O motoboy nega as acusações e se diz inocente. Em julho do ano passado, ele foi para o Complexo Penitenciário de Tremembé, a 147 km de São Paulo. Dota alegou ter sofrido ameaças de morte no Centro de Detenção Provisória 3 de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, onde estava. Por este motivo, a Justiça teria determinado sua transferência.

Em agosto do ano passado, a acusação de estupro foi incluída no processo contra Sandro Dota. A defesa do réu, entretanto, nega o crime e diz que o laudo do legista é inconclusivo. Para a polícia, o crime teve motivação sexual.

Assista ao vídeo:

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