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Termina o primeiro dia de julgamento do caso Bianca Consoli

Após três depoimentos, juíza determina o fim dos trabalhos nesta terça-feira

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Bianca Consoli foi encontrada morta em casa, em 2011
Bianca Consoli foi encontrada morta em casa, em 2011

Terminou por volta das 22h15 desta terça-feira (23) o primeiro dia de julgamento do caso Bianca Consoli, encontrada morta em casa em 2011, no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. Três testemunhas depuseram durante uma sessão que durou pouco mais de sete horas, sob os olhares do acusado, o motoboy Sandro Dota. O segundo dia de julgamento será nesta quarta-feira (24), a partir das 10 h.

Depois dos depoimentos da mãe de Bianca, Marta Consoli, da delegada Gisele Priscila Capello Lelo, o investigador de polícia Maurício Silva Vestyik foi terceiro e último a depor neste primeiro dia. O policial relembrou uma passagem em que a vítima afirmou que morreria tentando escapar de um possível estupro, tempos antes de ser assassinada.

O policial disse que, certa vez, reunida com os parentes enquanto assistia à televisão, Bianca viu uma notícia de um tio que havia estuprado a sobrinha. Ela teria comentado com esses familiares que morreria tentando escapar de uma situação como essa.

O advogado Ricardo Martins, responsável pela defesa de Sandro Dota, acusado pelo crime, perguntou ao investigador quantas pessoas foram consideradas suspeitas. Vestyik respondeu que um ex-namorado, André (que morreu em um acidente), a então namorada de André, um vizinho, o padrasto, o irmão e um amigo foram considerados.


Questionado se havia descartado todos, o policial disse que todos os suspeitos falaram onde estavam e que as informações foram confirmadas. Além disso, foram colhidas digitais de todos os suspeitos, sendo que Dota foi o único que não quis fornecer as impressões das palmas das mãos.

Segundo depoimento


A delegada Gisele Priscila Capello Lelo afirmou, no segundo depoimento do dia, que o crime foi motivado pelo interesse sexual não correspondido que o acusado tinha por Bianca. Ela disse que chegou à conclusão com base nos depoimentos de testemunhas que ouviu durante as investigações.

Gisele afirmou ainda que o motoboy tinha comportamento agressivo e mulherengo. Os relatos de testemunhas, contou a delegada, mostraram que o acusado sempre dava em cima de outras mulheres.


Primeiro depoimento

A mãe de Bianca Consoli, Marta Consoli, foi primeira testemunha a ser ouvida no júri do caso Bianca, que teve início nesta terça-feira (23). Segundo Marta, o filho de Daiane Consoli — irmã da vítima e com quem Sandro era casado na época do crime — contou à família que o motoboy o sufocava com um travesseiro de "brincadeira". Além disso, ela contou que Sandro dava banho no menino — hoje, a criança está com 12 anos.

Em seu depoimento, a mãe de Bianca contou que Dota forçava os enteados a chamá-lo de pai e que passou a acreditar 100% que o acusado era culpado do crime, quando a calça do motoboy passou por perícia. Marta afirmou ainda que, depois do crime, soube que Dota assediava várias mulheres no bairro, além de sua filha Bianca.

O crime

O corpo da universitária Bianca Consoli, 19 anos, foi achado pela mãe dela, caído próximo à porta de saída de casa, na zona leste de São Paulo, no dia 13 de setembro de 2011. Segundo a polícia, a jovem foi atacada quando havia acabado de tomar banho e se preparava para ir à academia.

Na cama, os investigadores encontraram a toalha usada pela jovem, ainda molhada. A garota teria reagido à presença do criminoso e começado uma luta escada abaixo. Foram localizadas mechas de cabelo pelos degraus.

Dentro da garganta da jovem, a polícia encontrou uma sacola plástica, usada pelo autor para asfixiar a estudante.

As investigações apontaram o motoboy Sandro Dota, cunhado da vítima, como o suposto autor do crime. Ele está preso desde o dia 12 de dezembro de 2011.

O motoboy nega as acusações e se diz inocente. Em julho do ano passado, ele foi para o Complexo Penitenciário de Tremembé, a 147 km de São Paulo. Dota alegou ter sofrido ameaças de morte no Centro de Detenção Provisória 3 de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, onde estava. Por este motivo, a Justiça teria determinado sua transferência.

Em agosto do ano passado, a acusação de estupro foi incluída no processo contra Sandro Dota. A defesa do réu, entretanto, nega o crime e diz que o laudo do legista é inconclusivo. Para a polícia, o crime teve motivação sexual.

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