Sabesp discorda do MPF e afirma que não pretende adotar racionamento de água em SP
Companhia diz preferir "enfrentar de forma organizada a maior estiagem de sua história"
São Paulo|Do R7
A Sabesp afirma ter "discordado frontalmente" da recomendação do MPF (Ministério Público Federal) para que seja adotado o racionamento de água na região metropolitana de São Paulo. Para a companhia, a medida penalizaria a população e poderia provocar efeitos inversos.
Em nota divulgada pela assessoria de imprensa, a Sabesp diz que o Estado "preferiu enfrentar de forma organizada a maior estiagem de sua história" e que tem convicção das medidas adotadas. De acordo com a companhia, a economia adotada pela população até o momento equivale ao efeito que seria obtido com um rodízio de 36 horas com água por 72 horas sem água.
Já a procuradoria afirma que as represas podem secar em cem dias e que o rodízio evitaria o colapso.
Em maio, a Sabesp começou a usar água do volume morto do Cantareira. A companhia já pediu à ANA (Agência Nacional de Águas) autorização para aumentar a captação. Segundo o MPF, essa água possui maior concentração de poluentes, que seriam prejudiciais à saúde. O governo nega que a água seja de baixa qualidade.
Um grupo de procuradores é responsável por um inquérito civil público para apurar a crise hídrica em São Paulo. A recomendação do racionamento foi um dos procedimentos adotados por eles. O governo do Estado tem dez dias para informar quais providências serão tomadas. Caso o governo não atenda à medida, o MPF diz que não descarta a adoção de medidas judiciais.
A Sabesp diz garantir o abastecimento de toda a região até a chegada da estação chuvosa. O Sistema Cantareira, no entanto, dá sinais de esgotamento a cada dia que passa. De segunda (28) para terça-feira (29), o volume caiu de 15,8 para 15,7%. No mesmo período do ano passado, o armazenamento chegava a 53,7% da capacidade.
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