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Santa Casa deve cortar 1.300 funcionários

Demissões representam quase um quinto do número total de trabalhadores

São Paulo|

Reestruturação na política de recursos humanos será uma das medidas que o novo superintendente da instituição
Reestruturação na política de recursos humanos será uma das medidas que o novo superintendente da instituição Reestruturação na política de recursos humanos será uma das medidas que o novo superintendente da instituição

A Santa Casa de São Paulo deverá demitir cerca de 1.300 funcionários como parte de um plano de reestruturação. A medida foi elaborada pela nova superintendência para enfrentar a crise financeira vivida pela instituição filantrópica. As demissões, que representam quase um quinto do número total de trabalhadores, vão afetar principalmente a área administrativa, na qual há mais funcionários do que o necessário, de acordo com a direção da Santa Casa.

A reestruturação na política de recursos humanos será uma das medidas que o novo superintendente da instituição, Irineu Massaia, no cargo há três meses, adotará para reduzir os custos operacionais da entidade, que acumula déficit de mais de R$ 400 milhões.

— Temos 65% dos nossos custos com folha de pagamento. Se aumenta o número de funcionários, mas não aumenta a produção, a gente tem de rever isso. Do pessoal assistencial (profissionais de saúde), é capaz que tenhamos de contratar mais gente. Agora, o administrativo pode ser reduzido e muito, o equivalente a 20% da folha de pagamento, que se traduz em R$ 4 milhões de economia por mês.

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Em número de funcionários, o corte deverá afetar 18% dos 7.194 trabalhadores da Santa Casa, o que representa quase 1.300 pessoas.

Excesso

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Auditoria externa contratada pela Secretaria Estadual da Saúde e apresentada há duas semanas mostrou que a Santa Casa tem taxa de 21 funcionários por leito, quando a média em outros hospitais é de cinco trabalhadores por leito.

Pelo plano de reestruturação, a Santa Casa, que hoje gasta R$ 30 milhões mensais com os atendimentos do SUS (Sistema Único de Saúde), deverá reduzir suas despesas para R$ 22 milhões. Além dos R$ 4 milhões que deverão ser cortados da folha de pagamento com as demissões, o superintendente pretende reduzir custos em contratos.

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— Só com a Logimed, que fornece materiais e medicamentos, dá para economizar R$ 3 milhões. Já temos R$ 7 milhões a menos mexendo em duas coisas,

As demissões são vistas com preocupação pelo SinSaúdeSP, que representa técnicos de enfermagem e funcionários administrativos.

Maria de Fátima Neves de Souza, diretora do departamento jurídico do sindicato, disse que "eles não podem fazer isso sem conversar com o sindicato e apresentar provas de que há funcionários sobrando, senão vai caracterizar demissão em massa e entraremos na Justiça". Ela disse que o assunto deverá ser abordado em reunião da categoria com a Santa Casa, no dia 7 de janeiro.

Massaia não detalhou quando as demissões serão efetivadas, mas adiantou que vai mexer em outras despesas da folha de pagamento.

— Há medidas como redução de salários e enxugamento de diretorias. Não tem mais mordomia, cafezinhos e almoços na superintendência.

O superintendente disse ainda que a Santa Casa estuda devolver às prefeituras de São Paulo e Guarulhos as 27 unidades de saúde municipais hoje administradas pela entidade por convênio. A medida está sendo negociada com as prefeituras.

Repasse

Nesta quarta-feira (25), a Secretaria Estadual da Saúde anunciou novo repasse emergencial de R$ 3 milhões para ajudar a instituição a arcar com despesas básicas, como materiais e medicamentos, por um mês. O dinheiro vai socorrer o hospital até que a Caixa libere R$ 44 milhões de um empréstimo cuja negociação está quase concluída. A verba deverá sair em janeiro.

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