Secretário de Kassab relacionado a esquema de corrupção é exonerado
Prefeito havia dito mais cedo que Antonino Grasso seria afastado da Subprefeitura de Pinheiros
São Paulo|Fernando Mellis, do R7*
O secretário da gestão Gilberto Kassab (PSD) relacionado à quadrilha suspeita de cobrar propina para reduzir impostos em São Paulo, Antonino Grasso, o Nino, foi exonerado do cargo, nesta terça-feira (19), segundo informações da Prefeitura de São Paulo. Mais cedo, em entrevista, o prefeito Fernando Haddad já tinha dito que ele não continuaria na administração municipal. Nino atuava como subprefeito interino de Pinheiros, indicado por seu partido, o PV.
— O subprefeito já retornou às suas atividades hoje. Ele reassumiu hoje suas funções justamente para permitir a exoneração do servidor.
Segundo depoimento de uma testemunha mantida em sigilo pelo MPE (Ministério Público Estadual), Nino solicitava favores ao grupo na arrecadação de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e teria dado dinheiro a um dos auditores suspeitos.
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Segundo a testemunha, ele "conversava muito com Ronilson [Bezerra Rodrigues, apontado como líder da quadrilha] e [Eduardo Horle] Barcellos [fiscal acusado] na Secretaria de Finanças", diz o relato, que faz parte do PIC (Procedimento Investigatório Criminal).
Empresas
Haddad disse que asempresas suspeitas de envolvimento no esquema de desvio de dinheiro estão sendo convocadas pela Secretaria de Finanças para reapresentar comprovantes de pagamento de impostos.
— Aquela empresa que recolheu o tributo devido, mesmo que tenha sido chantageada, vai ter que prestar contas para o Ministério Público. A que não recorreu o imposto devido vai ser tratada como inadimplente. Isso significa dizer que ela vai ter que recolher diferença [entre o valor pago e o devido] acrescida dos juros e das multas cabíveis.
O prefeito ainda ressaltou que a Controladoria Geral do Município trabalha para identificar a forma como cada empresa se beneficiou do esquema. Há casos em que elas podem ter pago menos do que deveriam e outros em que teriam simplesmente comprado o certificado de quitação do imposto.
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*Com informações do Estadão Conteúdo