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Sem poluição nos rios, São Paulo não teria risco de racionamento

Despoluição de rios Tamanduateí, Tietê e Pinheiros geraria água necessária, segundo agência 

São Paulo|Carolina Martins, do R7, em Brasília

Sistema Cantareira só tem mais quatro meses de água
Sistema Cantareira só tem mais quatro meses de água Sistema Cantareira só tem mais quatro meses de água

A estiagem histórica que atinge São Paulo, e ameaça o abastecimento de água da população, não traria tantos impactos se os rios que cortam o Estado fossem apropriados para uso. Essa é a conclusão da ANA (Agência Nacional de Águas), que atribui à poluição das águas parte do problema de escassez.

De acordo com o presidente da ANA, Vicente Andreu, a quantidade de água é suficiente para abastecer o Estado, mas a qualidade é baixa e impede a captação dos recursos hídricos.

— Isso é um processo histórico de mais de 200 anos, mas se os rios de Tamanduateí, Tietê e Pinheiros, da região metropolitana, não estivessem poluídos como estão, sem dúvida nenhuma o problema de disponibilidade de captação nova estaria minimizado. Isso [ausência de novas fontes de captação] é função não só da quantidade, mas também da qualidade da água disponível para consumo.

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Rio diz que segurança hídrica do Estado depende do rio Paraíba do Sul

Segundo os dados da ANA, apenas 18% do esgoto produzido no Brasil recebe algum tipo de tratamento. Os números revelam que os mananciais que cortam as grandes cidades estão “extremamente contaminados”.

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Segundo Andreu, em média, 70% da água do Brasil é boa. Mas, a agência se preocupa com o lugares onde a água não é tratada. De acordo com o presidente da ANA, as regiões metropolitanas das grandes cidades são as que têm maior índice de poluição.

— Mais de 85% da população brasileira mora em cidades. Obviamente, esse desenvolvimento sem tratamento de esgoto e sem uma ampliação da oferta acaba criando um problema.

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São Paulo x Rio de Janeiro

Para resolver o problema emergencial do abastecimento em São Paulo e evitar um futuro racionamento de água, o governo do Estado pediu autorização para captar as águas do rio Paraíba do Sul.

A proposta do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, é fazer transposição das águas, retirando recursos hídricos de um dos braços da represa do Jaguari, em Igaratá (SP), e levar a água para o reservatório Atibainha (SP), por um canal com 15 quilômetros de extensão.

No entanto, o rio Paraíba do Sul é o que abastece o Estado do Rio de Janeiro. O governador do Rio, Sérgio Cabral, já avisou que não vai permitir a transposição das águas se isso colocar em risco o abastecimento das residências e das empresas cariocas.

O presidente da ANA afirmou que não é agência que libera autorização para as obras, e sim analisa a solicitação para emitir um parecer. Segundo Andreu, a preocupação dos dois Estados é justa e a agência vai analisar uma maneira de reduzir prejuízos para os dois lados.

— Nossa participação, nesse caso, é articular a proposta de São Paulo de tal maneira que não tenham, ou que sejam compensados, os impactos no Rio de Janeiro.

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