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Servidores investigados por corrupção doaram dinheiro para secretário de Haddad

Antonio Donato, que coordenou a campanha do petista, aparece na lista das doações

São Paulo|Fabiano Falsi, especial para o R7

A assessoria de Donato informou que "as doações obedeceram a legislação eleitoral e foram aprovadas pela Justiça Eleitoral"
A assessoria de Donato informou que "as doações obedeceram a legislação eleitoral e foram aprovadas pela Justiça Eleitoral" VALÉRIA GONÇALVEZ

Pelo menos dois servidores municipais - entre os 42 suspeitos de terem enriquecido de forma ilícita na Prefeitura de São Paulo - fizeram doações para a campanha eleitoral de Antônio Donato (PT) a vereador em 2012. Donato se licenciou do cargo para exercer a função de secretário do Governo Municipal. Ele foi coordenador político da campanha de Fernando Haddad à prefeitura. Os valores doados constam da prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral.

A quantia total é de R$ 5 mil. Foram dois cheques de R$ 2.500, ambos assinados no dia 4 de outubro pelos funcionários públicos Daniel Júnior Pires e Milton Hiroki Nobemassa, investigados pela Controladoria Geral do Município e o Ministério Público Estadual. Depois da prisão de quatro servidores por suspeita de envolvimento numa fraude que pode chegar a R$ 500 milhões, o prefeito Fernando Haddad declarou que não havia ligação até o momento entre os investigados e políticos.

Donato já havia sido citado numa interceptação telefônica por suspeita de ter recebido R$ 200 mil do auditor Luis Alexandre Camargo Magalhães, na campanha eleitoral de 2008. Donato se elegeu vereador. A conversa em que o secretário e o valor são citados é entre Magalhães e sua ex-amante, que o ameaçava.

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Além de Donato, outro secretário de Haddad, Eliseu Gabriel (Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo) aparece como beneficiário de doação eleitoral ligada a um servidor suspeito. Gabriel recebeu na campanha eleitoral de 2008 dinheiro de Verônica Horle Barcellos, irmã de Eduardo Horle Barcellos, um dos suspeitos presos por participação no esquema. A quantia declarada à Justiça Eleitoral foi de R$ 400. Em nota, o secretário admitiu que "conhece Eduardo Barcellos, assim como outros funcionários da prefeitura."


Nelo Rodolfo, vereador do PMDB, que faz parte da base de apoio ao governo em votações na Câmara Municipal, também aparece na lista de políticos com doações eleitorais de servidores investigados. Nelo foi o que mais recebeu: R$ 4 mil, também do funcionário público Daniel Junior Pires. A assessoria do vereador afirmou em nota que Nelo recebeu o cheque com a venda de um convite para um jantar de arrecadação da campanha. Por telefone, Pires disse que " recebeu uma carta da controladoria (CGM) informando que o patrimônio dele é compatível com seu salário".

A assessoria do secretário do Governo Municipal, Antônio Donato, informou que "as doações obedeceram a legislação eleitoral, foram devidamente registradas na prestação de contas da campanha e aprovadas pela Justiça Eleitoral."

O servidor Milton Hiroki Nobemassa não retornou as ligações do R7. Verônica Horle Barcellos não foi localizada para comentar a doação de campanha.

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