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Sistema que reduz lotação do Metrô vai demorar mais um ano para funcionar

Atraso se arrasta desde 2010; novo controlador foi comprado em 2008 por R$ 712 milhões

São Paulo|

Sistema deveria garantir um aumento de até 20% na velocidade média dos trens
Sistema deveria garantir um aumento de até 20% na velocidade média dos trens Sistema deveria garantir um aumento de até 20% na velocidade média dos trens

Principal aposta do Metrô de São Paulo para reduzir a superlotação das linhas, o novo sistema de controle dos trens vai demorar mais um ano para funcionar. É um atraso que se arrasta desde 2010. Como consequência, técnicos da companhia têm sido obrigados a adaptar trens recém-reformados, que já têm o novo sistema, para que possam rodar no modelo antigo.

O novo controlador se chama CBTC (sigla em inglês para Controle de Trens Baseado em Comunicação) e foi comprado em 2008 ao custo de R$ 712 milhões. O sistema deveria garantir um aumento de até 20% na velocidade média dos trens — o que equivale a um aumento do mesmo porcentual na oferta de lugares nos horários de pico, diminuindo a lotação.

Os planos do Metrô eram aproveitar a reforma de 98 trens — um contrato de R$ 1,7 bilhão — para instalar os novos equipamentos nos vagões. Isso seria feito durante a reforma, enquanto os trens estivessem desmontados. Mas, com o atraso na instalação do CBTC, técnicos do Metrô são obrigados a fazer ajustes para que os vagões já reformados continuem rodando no sistema de controle antigo, chamado ATC.

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O Estado obteve uma planilha da companhia, de 2 de maio, que mostra o problema. Onze dos 118 trens disponíveis para as linhas 1-Azul e 3-Vermelha não podiam ser utilizados por falta de sistema de controle, como explica o diretor de Operações do Metrô, Mário Fioratti.

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— De fato, o CTBC não está no prazo que deveria. Por isso, a gente pegou o sistema convencional e fez uma adaptação, para ele funcionar com o trem modernizado. Mas existe um problema aí. O sistema convencional precisa 'conversar' com o trem modernizado. Precisa de uma interface para essa conversa. Essa planilha (de 2 de maio) é de quando esse módulo não estava instalado.

Nesse processo, os trens acabam mantendo os dois tipos de controle instalados, como conta Fioratti.

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— São trens flex, como a gente diz aqui.

Ele afirma, no entanto, que a falta de trens não compromete a operação.

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Novos prazos

O atraso é decorrente de dificuldades técnicas. A rede não foi projetada para rodar com o sistema CBTC. O novo sistema não tem passado nos testes de segurança do Metrô. Não há outro exemplo, no mundo, de uma adaptação de rede dessa magnitude.

Na semana passada, o presidente da companhia, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, afirmou que o novo controle só ficará pronto no fim de 2014.

— A gente pretende ter esse sistema CBTC implementado na linha 2 agora ainda em setembro ou outubro. Na linha 1, está prevista a implementação em agosto do ano que vem. E, na linha 3, no final de 2014.

O CBTC foi comprado pelo Metrô da multinacional francesa Alstom, uma das empresas investigadas pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal por suspeita de participação em um cartel formado para fraudar licitações do Metrô. A empresa diz que coopera com as autoridades nesses casos.

"Em razão dos atrasos da Alstom na implementação do CBTC, o Metrô aplicou multas que somam R$ 77 milhões", diz a companhia, em nota. Além disso, segundo o Metrô, os pagamentos para a Alstom "estão suspensos há um ano, por decisão da própria contratada".

Linha 6

O governo do Estado de São Paulo marcou para 31 de outubro a entrega das propostas para licitação da linha 6 - Laranja do metrô que será feita no modelo de PPP (Parceria Público Privada). Segundo despacho no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (10), o edital será publicado no site da Secretaria de Transportes Metropolitanos na próxima sexta-feira (13).

É a segunda tentativa de atrair o mercado para a obra — a primeira, há pouco mais de um mês, não teve interessados

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